quinta-feira, 4 de agosto de 2016

LAVA-JATO: Marcelo Odebrecht presta depoimento à PGR nesta quinta

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Empresário apresentou pelo menos 90 termos para acordo de delação

O empresário Marcelo Odebrecht - Michel Filho / Agência O Globo / 15-06-15

SÃO PAULO - O empresário Marcelo Odebrecht presta depoimento à Procuradoria Geral da República nesta quinta-feira, segundo antecipou o jornal Valor Econômico. Condenado a 19 anos e 4 meses de prisão, Marcelo negocia acordo de delação premiada, considerado inevitável pelo grupo para que seu herdeiro não cumpra um longo período de pena. Segundo informações obtidas pelo GLOBO, o depoimento ocorrerá na sede da PF de Curitiba.
O empresário se comprometeu a falar sobre as obras do governo federal, especialmente do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do qual o Grupo Odebrecht participou, o que deve incluir também propina paga a políticos nos estados. Pelo menos 90 termos de depoimento foram apresentados por Marcelo, que deve não apenas relatar fatos novos como se comprometer a ajudar a comprová-los. Cada termo corresponde a uma obra ou fato específico a ser delatado.
O GLOBO antecipou que, nas negociações do acordo de delação premiada, executivos da construtora Odebrecht, além de Marcelo Odebrecht, apontaram mais de cem deputados, senadores e ministros, entre outros políticos, como beneficiários diretos de desvios de dinheiro público, ou como recebedores de outras vantagens, como repasses de verba para suas campanhas, por exemplo. Mais de cem políticos e dez governadores devem ser citados, mas não há detalhes sobre o que será dito sobre eles.
Segundo já informado pelo colunista Merval Pereira, 35 executivos da Odebrecht fizeram depoimentos por escrito e apresentaram para análise dos procuradores, num total de cerca de mil pagínas. A expectativa, afirmou o colunista, é que até o fim do mês todas as delações estarão checadas e aprovadas.
De acordo com a coluna, as delações implicarão tanto o ex-presidente Lula quanto a presidente afastada Dilma Rousseff, além de líderes da oposição, como o senador Aécio Neves. A Odebrecht admitiria que fez favores ao ex-presidente – como as obras no sítio de Atibaia – e que em troca recebeu favores nos países em que têm obras. Para a empreiteira, porém, a ajuda de Lula no exterior era um lobby natural para um ex-presidente. Com o governo de Dilma Rousseff, os executivos teriam sido menos benevolentes. Um assessor da empresa afirmou que “a promiscuidade de contas era tão grande que tudo o que o governo Dilma e seus assessores pediam era pago”, mesmo despesas pessoais.

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