segunda-feira, 13 de novembro de 2017

ECONOMIA: Trump e paralisia no Congresso fazem dólar encostar nos R$ 3,30

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Moda americana fecha a R$ 3,298; Ibovespa tem alta de 0,43%

Notas de dólar - DADO RUVIC / Reuters

SÃO PAULO - A incerteza sobre a reforma fiscal nos Estados Unidos e a ausência de notícias sobre as mudanças na Previdência no Brasil jogaram pressão sobre o dólar nesta segunda-feira, que bateu nos R$ 3,30. A moeda americana fechou em alta de 0,51% ante o real, cotada a R$ 3,298 - na máxima, chegou a R$ 3,302. Já o Ibovespa fechou em alta de 0,43%, aos 72.475 pontos.
O dólar ganhou força em escala global. Próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil, o “dollar index”, que compara a divisa americana com uma cesta de dez moedas, tinha alta de 0,12%. No exterior, o fator de maior preocupação é a reforma tributária americana, uma das promessas de campanha do presidente Donald Trump. O projeto apresentado por deputados republicanos, no entanto, está diferente do que é trabalhado pelo Senado, por isso a incerteza em relação ao avanço dessas mudanças.
No Brasil, mais uma vez, pesa o cenário político. Além disso, os feriados dos dias 15 e 20 de novembro paralisaram os trabalhados no Congresso Nacional nessa semana. Na visão de analistas, isso pode fazer a Reforma da Previdência perder ainda mais força, mesmo levando em conta que o texto que irá a votação não será o mesmo planejado pelo governo inicialmente.
— O longo tempo de inatividade das atividades parlamentares na Câmara contribui para o aumento da descrença dos agentes econômicos, colocando em xeque o real interesse dos agentes políticos no equacionamento das questões nacionais — avaliou Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
Sem certeza sobre a aprovação da Reforma da Previdência, os investidores adotaram uma postura mais cautelosa na Bolsa. Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, lembra que o Ibovespa só ficou no positivo devido ao desempenho da Vale, que puxou também as siderúrgicas.
— O volume está fraco e todo mundo com a expectativa na Reforma da Previdência, mas o Congresso ficará parado até semana que vem. E lá fora também não ajudou porque há algumas incertezas em relação à reforma tributária do Trump — disse.
Entre os papéis mais negociados do Ibovespa, as ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras fecharam em queda de 0,47%, cotadas a R$ 16,64, e as ordinárias recuaram 0,28%, a R$ 17,48. A estatal divulga após o fechamento do mercado o balanço referente ao terceiro trimestre.
Na avaliação de Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, a falta de notícias na frente política e sem indicadores relevantes nesta segunda-feira, os investidores não conseguiram manter um ganho maior no índice.
— Vamos ver uma falta de assuntos internos devido aos feriados. A Previdência segue no radar, mas não terá nenhuma definição. E a agenda de indicadores também está fraca — avaliou.
No entanto, o desempenho dos papéis da Vale fizeram o índice subir. Os preferenciais subiram 1,08% e os ordinários, 1,12%. Usiminas e CSN tiveram ganhos de, respectivamente, 4,06% e 2,47%.
Os investidores também repercutem as novas provisões para inflação e crescimento, que foram divulgadas nesta manhã pelo Banco Central. O relatório Focus mostra que os economistas esperam uma inflação um pouco maior, mas ainda abaixo da meta.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones opera com leve variação positiva de 0,10% e o S&P 500 registra alta de 0,11%.

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