quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ECONOMIA: Desemprego fica em 4,8% em janeiro, a menor taxa para o mês

De OGLOBO.COM.BR

Número de desocupados aumentou em relação a dezembro, devido a dispensas de temporários
RIO - A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador) ficou em 4,8% em janeiro, informou nesta quinta-feira a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE. É a menor taxa para o mês desde o início da série histórica, em 2002. A renda média real do trabalhador teve alta de 0,2% na comparação com dezembro, para R$ 1983,80.
A taxa de desemprego em janeiro ficou 0,5 ponto acima da de dezembro, mas ainda é menor do que a de janeiro do ano passado, de 5,4%. Houve alta de 9,6% na comparação com dezembro. O contingente de desocupados ficou em 1,2 milhão de pessoas.
Segundo Adriana Berenguy, técnica do IBGE, a demissão de trabalhadores temporários, que tradicionalmente ocorre nos meses de janeiro, aliado a um adiamento de procura por trabalho no primeiro mês do ano explicam a alta da desocupação no total das seis regiões.
O Rio de Janeiro foi a única das seis regiões a apresentar ligeiro recuo na variação da taxa de desocupação entre dezembro e janeiro. Passou de 3,7% para 3,6%. Na outra ponta, Recife teve o maior avanço no desemprego, que passou de 5,9% para 7,4%.
— Pode ser além da dispensa, um adiamento pela procura por trabalho. É um efeito que acontece todos os anos: saímos de uma taxa que costuma ser mais baixa em dezembro, e sobe em função da dispensa de trabalhadores no mês de janeiro. Em Recife e em São Paulo, houve alta da desocupação, o que repercutiu para o total das seis regiões. No Rio, verifica-se uma estabilidade e pode ser que o fato de o carnaval estar sendo deslocado para março e um mês de férias largo esteja adiando a dispensa de temporários — afirma.
O total de empregados com carteira assinada caiu 0,4% em relação a dezembro. A massa de rendimento real habitual ficou em R$ 46,2 bilhões em janeiro, uma queda de 1% em relação a dezembro. Por grupamento de atividade, a indústria abriu 66 mil postos, alta de 1,9% em relação a dezembro. Já o comércio fechou 105 mil vagas, recuo de 2,3% na mesma comparação. Na construção civil também houve queda de 1,7% na ocupação.
Para Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, apesar de o desemprego vir abaixo do esperado pelo mercado, os números precisam ser vistos com cautela. Ele considera que a alta do rendimento tem influenciado a decisão de muitos jovens de postergar a entrada no mercado de trabalho. Caso o país apresente um recuo na renda, avalia ele, a procura por emprego será maior.
- Esse número não é tão bom quanto parece, mesmo com o mercado esperando algo superior a 5% (de desocupados). O país vive o inverso que os Estados Unidos, por exemplo. A nossa renda está crescendo. Isso reduz o número de pessoas à procura de emprego. Temos muitos jovens vivendo ainda com a ajuda dos pais, por exemplo. Isso é ótimo por um lado, mas pode nos causar problemas em um cenário futuro. Caso essa renda caia, ela não será suficiente para manter pessoas economicamente ativas fora do mercado. Estas pessoas começarão a procurar emprego, podendo elevar essa taxa de forma preocupante - disse Leal.
Em 2013, apesar do baixo crescimento, a taxa de desemprego ficou em 5,4%, a mais baixa da série histórica, iniciada em 2002. Em dezembro, fora de 4,3%. Já o salário médio do trabalhador aumentou 1,8%, menos da metade dos 4,2% de 2012.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, o Brasil teve em 2013 o pior resultado em dez anos para a geração de emprego formal. O país criou 1.117.717 postos de trabalho com carteira assinada, uma queda de 14% na comparação com o total de 1.301.842 empregos criados em 2012.
Pnad Contínua trará taxa nacional
A taxa média de desemprego nacional passou a ser medida pela Pnad contínua, que pesquisa o mercado de trabalho em cerca de 3.500 municípios de todo o país. O primeiro resultado mostrou que o desemprego no segundo trimestre de 2013 ficou em 7,4%, índice superior aos 5,9% registrados nas seis regiões metropolitanas analisadas pela PME. De acordo com a Pnad, em 2012 a taxa média de desemprego do país foi de 6,2%.
A principal diferença entre a PME e a Pnad Contínua é a abrangência da pesquisa. A PME acompanha o mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas brasileiras. Já a Pnad Contínua dá um retrato mais amplo e levanta dados de 3.464 municípios.
Até então, os dados nacionais a respeito de mercado de trabalho só eram pesquisados uma vez ao ano, pela Pnad antiga e a divulgação ocorria com um ano de defasagem. A abrangência também era menor: 1.100 municípios.

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