quarta-feira, 27 de junho de 2012

POLÍTICA: Jornalista Bordoni oferece à CPI quebra do seu sigilo fiscal e bancário


Do UOL, em BrasíliaCamila Campanerut

O jornalista Luiz Carlos Bordoni ofereceu à CPI que investiga o contraventor Carlos Cachoeira a quebra dos sigilos fiscal e bancário dele e da filha. Ele presta depoimento nesta quarta-feira (27) para explicar a acusação que fez contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), de que fez gastos de campanha com dinheiro de Cachoeira. Bordoni trabalhou nas campanhas de Perillo desde 1998.
Ao chegar à comissão, o jornalista se disse vítima de uma campanha de desconstrução “moral e até social” por parte das pessoas que temem o depoimento dele. Acompanhado do seu advogado, ele afirmou que trouxe documentos e que vai abordar, em especial, os assuntos ligados ao “ex-amigo” Perillo.
O jornalista justificou que não tentou entrar na Justiça para conseguir um habeas corpus para ficar calado porque não tem nada a esconder. Bordoni ressaltou que tem 50 anos de profissão e que não iria "admitir jamais que, seja quem for, venha tripudiar sobre a minha honra para justificar caixa 2”.
Bordoni confirmou que a empresa Alberto Pantoja depositou R$ 45 mil na conta da filha dele pelo trabalho que realizou durante a campanha de 2010 para o governador.  Ele falou que o dinheiro foi passado para a conta da filha porque ele estava viajando. Segundo ele, os dados da conta da filha foram passados ao assessor do governador Lucio Fiuza. “[Com relação ao dinheiro] não tem nada a ver com extorsão, pelo contrário. É trabalho prestado limpo, decentemente, desde 1998, são quatro vitórias consecutivas do meu ex-amigo Marconi Perillo.”
Outros depoentes
Além de Bordoni, foi chamada para depor nesta quarta-feira a ex-chefe de gabinete de Perillo, Eliane Pinheiro, suspeita de repassar informações policiais a Cachoeira e o tesoureiro da campanha tucana em 2010. O presidente da Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras), Jayme Rincón, acusado de receber R$ 600 mil de uma empresa do contraventor, também deveria depor nesta quarta, mas enviou um atestado médico à comissão e não deverá comparecer.
No último dia 05 de junho, o STF decidiu que ex-assessora de Perillo poderá ficar calada na CPI. O ministro Celso de Mello também garantiu que a gestora não assine nenhum termo de compromisso para falar a verdade e que não seja presa por se recusar a colaborar. O ministro também determinou que ela seja assessorada por seu advogado durante o depoimento na CPI.
Nesta terça-feira (26), a CPI ouviu três testemunhas, mas duas delas conseguiram na Justiça o direito de ficar em silêncio para não produzir provas contra si mesmas. Ao final da terça-feira, o único depoimento tomado pela comissão foi o do arquiteto Alexandre Milhomem.
Ele afirmou nesta terça-feira (26) que a mulher do contraventor, Andressa Mendonça, o contratou para decorar a casa vendida pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Segundo Milhomem, ela gastou cerca de R$ 500 mil com móveis, papel de parede e outros objetos porque "gosta de tudo do melhor", além dos honorários do profissional, de R$ 50 mil.
Está marcada para o dia 5 de julho uma reunião para analisar os nomes dos novos convocados para depor à CPI. Entre eles, está o de Fernando Cavendish e o ex-diretor do Dnit, Luís Antônio Pagot.
O jornalista disse que tentaria evitar que seja usado como bode expiatório desse caso e prometeu que sua fala à CPI “não será bombástica”. “Prometo a verdade.” Ele ironizou ainda: "Agora, você já imaginou o meu poder de pressionar Cachoeira, o governador paralelo de Goiás, segundo dizem".

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