sexta-feira, 29 de junho de 2012

ECONOMIA: Bolsas disparam após acordo europeu e dólar tem forte queda


De OGLOBO.COM.BR
Daniel Haidar

OGX, de Eike Batista, chegou a subir 10,30% após perder R$ 10,7 bilhões em valor de mercado nos últimos 2 dias


Homem caminha em frente a painel com cotações do mercado financeiro em Tóquio
Foto: TOSHIFUMI KITAMURA / AFP
Homem caminha em frente a painel com cotações do mercado financeiro em Tóquio TOSHIFUMI KITAMURA / AFP
RIO — A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aproveita nesta sexta-feira o bom humor dos investidores nos mercados internacionais com o acordo europeu para facilitar a ajuda aos bancos da zona do euro em dificuldades. O Ibovespa, referência do mercado brasileiro, tinha alta de 2,58%, aos 54.008 pontos, por volta de 12h07m. Os líderes europeus concordaram que os bancos podem ser recapitalizados sem acrescentar dívida aos governos.

Com o alívio momentâneo na Europa, o dólar comercial também passou a ter forte queda ante o real, recuando 2,55%, a R$ 2,021 para compra e R$ 2,023 para venda. Uma nova medida que facilita o financiamento de exportações e a entrada de dólares contribuía para a queda da moeda americana, segundo operadores. Também ajuda o leilão de swap cambial (operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro) realizado pelo Banco Central nesta manhã, em que foram vendidos US$ 3 bilhões ao mercado.
— Com essa flutuação do dólar, grandes bancos não estão apostando na alta da moeda americana e com a nova medida para exportação vai acabar entrando mais recursos no país — diz José Roberto Carreira, operador de câmbio da Fair corretora.
Até as ações do bilionário Eike Batista, que perderam R$ 13,8 bilhões em valor de mercado nos últimos dois dias, aproveitaram o bom humor no mercado. A ação ordinária (ON, com direito a voto) da OGX Petrolífero chegou a subir 10,30% nesta sexta-feira, mas acomodou. Por volta de 12h10m, ganhava 4,35%, a R$ 5,27. Só a petrolífera perdeu R$ 10,7 bilhões em valor de mercado nos últimos dois dias. Analistas veem como motivo da alta mais uma recuperação nos preços, com investidores aproveitando a baixa dos papéis, do que uma mudança de opinião do mercado após a demissão do presidente da OGX, Paulo Mendonça, na noite de quinta-feira.
— Teve um compreensível excesso de pessimismo nos últimos dias. A volatilidade vai diminuindo e mercado começa a ver uma oportunidade — diz Rogério Freitas, sócio-gestor da Teórica Investimentos.
Investidores debandaram das ações de Eike na quinta-feira e na quarta-feira depois que a OGX divulgou que iria produzir só 5 mil barris de óleo equivalente por dia em cada um dos dois poços em operação no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Foi um balde de água fria nas promessas anteriores feitas ao mercado, que falavam que a produção em cada um chegaria a até 20 mil barris de óleo por dia, quase quatro vezes mais do que a realidade.
Outras ações de Eike que sofreram nos últimos pregões, como LLX ON, MMX ON e MPX ON se recuperavam também, subindo 3,41%, 8,80% e 3,13% respectivamente, para R$ 2,12, R$ 5,44 e R$ 30,96. OSX ON, CCX Carvão ON e Portx ON recuavam 6,42%, 1,17%, e 2,21% respectivamente, para R$ 8,74, R$ 4,20 e R$ 2,65.
Entre as ações de maior peso na bolsa brasileira, a preferencial da Vale (PN, sem direito a voto) subia 2,16%, a R$ 39,16. Petrobras PN ganhava 2,71%, a R$ 18,18.
Os bancos, prejudicados pelo rebaixamento da nota de classificação de risco na véspera pela Moody’s, também exibiam recuperação. A unit do Santander do Brasil avançava 2,12%, a R$ 15,35, enquanto Banco do Brasil ON valorizava 3,99%, a R$ 19,51, Bradesco PN subia 1,67%, a R$ 24,88, e Itaú Unibanco PN tinha alta de 2,34%, a R$ 27,89.
Em Wall Street, Dow Jones ganhava 1,71%, enquanto S&P 500 avançava 1,84% e Nasdaq subia 2,23%.
Na Europa, os mercados também tinham forte alta. Em Londres, o FTSE 100 subia 1,91%. Em Paris, o CAC 40 ganhava 4,17%. Em Frankfurt, o DAX tinha forte alta de 3,93%. O IBEX 35, de Madri, subia 4,72%. Em Milão, o FTSE MIB tinha ganho de 5,74%.
Os mercados asiáticos fecharam em alta. O índice de ações Nikkei do Japão deu um salto de 1,50%. A bolsa de Cingapura subiu 1,11%, assim como Taiwan, com expansão de 1,77%, e Hong Kong, que ganhou 2,19%. O índice referencial de Xangai subiu 1,35% e Sydney teve crescimento de 1,23%. O índice MSCI que reúne mercados da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subiu 2,53%, em sua maior expansão em um dia desde meados de janeiro, puxado pela bolsa de Hong Kong.
Integrantes da zona do euro concordaram com uma ação de emergência para diminuir os custos dos empréstimos da Itália e Espanha, dizendo que os fundos de resgate da região do euro podem ser usados para estabilizar mercados de títulos sem pressionar os países que cumprem com as regras de orçamento da União Europeia, e para criar um único órgão fiscalizador para os bancos do bloco.
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