LONDRES, 16 Mai 2012 (AFP) -A incerteza política na Grécia, um país afetado
pela dívida e a recessão, derrubava as Bolsas nesta quarta-feira e aumentava o
temor de contágio para outros países da Eurozona.
Todas as Bolsas
europeias operavam em baixa: Londres perdia 1,03%, Frankfurt 0,99% e Paris
0,16%.
Na Ásia, Tóquio perdeu 1,12%, Hong Kong cedeu 3,19% e Seul
3,08%.
O euro registrava uma leve recuperação, depois de ter sido
negociado abaixo de US$ 1,27 pela primeira vez em quatro meses.
As
incertezas provocaram o disparo do prêmio de risco (o risco país: diferencial
com os bônus da Alemanha a 10 anos, considerados os mais seguros) dos países
mais expostos.
As taxas de juros da Espanha alcançaram 6,495%, e as da
Itália se aproximavam de 6%, enquanto o rendimento do título alemão registrava
um novo mínimo histórico, de 1,434%.
O diferencial dos títulos da dívida
da Espanha para os da Alemanha superou assim os 500 pontos básicos (5%), a
507.
A aversão ao risco dos investidores foi demonstrada pelas emissões
de títulos com juros em queda por Alemanha e França.
O mercado também
está preocupado com a situação dos bancos da Espanha, em particular do Bankia,
quarto banco do país e recentemente nacionalizado em consequência da forte
exposição a ativos podres.
Depois do anúncio de que os resultados de 2011
podem ser alterados após uma auditoria, a ação do Bankia perdia 9,56%, a 1,864
euro, durante a manhã na Bolsa de Madri.
A situação grega se agravou na
terça-feira com o fracasso das negociações para a formação de um governo de
coalizão de socialistas e conservadores, partidários dos ajustes impostos pela
União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Assim, o país voltará às urnas e, de acordo com as
pesquisas, os partidos contrários à austeridade devem ganhar ainda mais
força.
O eventual fim dos acordos com a Grécia poderia resultar na saída
do país da Eurozona, incerteza que abala os mercados.
Mas o ministro
alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, afirmou nesta quarta-feira que o
programa de resgate em troca dos ajustes está fechado e que nenhuma força
política grega pode sonhar em voltar a negociar suas condições.
"É um
programa de ajuda preparado de forma minuciosa e não pode ser renegociado",
declarou Schauble.
"A Grécia deve estar preparada para aceitar a ajuda
proposta e aqueles que vencerem as eleições deverão decidir se aceitam estas
condições ou não", completou.
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