segunda-feira, 14 de maio de 2012

ECONOMIA: Dólar turismo vai a R$ 2,11, com alta de 1,93% no dia e bolsa cai


De O GLOBO.COM.BR
O Globo, com agências 

Falta de acordo entre partidos tornou mais provável que Grécia deixe a zona do euro
Grécia ruma para nova eleição em junho: homem caminha em frente à chapa de metal grafitada com a frase “pode uma revolução ser egoísta” no centro de Atenas Petros Giannakouris / AP
Grécia ruma para nova eleição em junho: homem caminha em frente à chapa de metal grafitada com a frase “pode uma revolução ser egoísta” no centro de Atenas
Foto: Petros Giannakouris / AP

RIO e SÃO PAULO - O dólar turismo já está sendo negociado a R$ 2,11 para venda e R$ 1,90 para compra. A alta no dia é de 1,93%. No dólar comercial, a moeda está sendo negociada a R$ 1,9890 na venda e R$ 1,9870 na compra. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 1,9910. O impasse político na Grécia está provocando um estresse nos mercados, com valorização do dólar e queda das bolsas. A crise grega, que torna mais provável a saída do país da zona do euro, acaba afetando investimentos. No exterior, a moeda americana também se valoriza frente a outras divisas e o euro vale US$ 1,28. As Bolsas europeias fecharam em queda e americanas também caem. A Bolsa brasileira está seguindo este movimento e opera com forte desvalorização. Por volta de 13h30m, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía 2,14% aos 58.175 pontos. No ano, o índice sobe apenas 4,74%, depois de já ter se valorizado 20% no primeiro trimestre.
Entre as ações com maior peso no índice todas operam no negativo. Vale PNA perdia há pouco 1,23% a R$ 37,54; Petrobras PN se desvalorizava 1,18% a R$ 19,10; OGX Petróloe ON, que divulgará hoje seu balanço trimestral, cai 3,60% a R$ 13,11; Itaú Unibanco PN perdia 1,62% a R$ 28,55 e PDG Realty ON se desvalorizava 7,72% a R$ 4,19. A queda acontece após a renúncia do vice-presidente e do diretor de investimentos da empresa.
Analistas preveem que o Banco Central intervenha no mercado de câmbio, vendendo moeda, se o dólar atingir R$ 2,00. Para eles, o BC deseja que a divisa americana flutue entre R$ 1,85 e R$ 1,95, um patamar favorável à indústria e que não causaria pressão inflacionária.
- As medidas que o governo tomou para fazer a moeda americana se valorizar frente ao real, como o aumento do IOF sobre captações externas de 3 e 5 anos, estão funcionando. E a crise internacional também faz o dólar subir. Agora, o mercado já espera intervenções para venda de moeda se o dólar rondar os R$ 2,00 - diz Ures Folchini, vice-presidente de Tesouraria do banco WestLB.
O sócio da Humaitá Investimentos, Guido Chagas, lembra que a saída de dólares aumentou desde o início do mês. Na Bolsa, nos primeiros dias de maio o fluxo diário de saída de recursos estrangeiros estava entre US$ 200 a US$ 300 milhões.
- É o investidor que ganhou com a alta das ações no início do ano e agora está batendo em retirada - diz Chagas.
A Grécia continua sem governo e novamente dá o tom do mercado. O líder da Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), Alexis Tsipras, recusou convite do presidente grego Karolos Papoulias para formar uma coalizão e é cada vez mais certo que o país terá de voltar às urnas em junho. O impasse político só faz aumentar as chances de a Grécia deixar a zona do euro, avaliam analistas. Na tarde desta segunda-feira, o presidente grego Karolos Papoulias continuará as conversas com os líderes políticos do país para tentar chegar a um acordo.
A agência de classificação de risco Moody’s avaliou que os esforços da Espanha para salvar seu sistema financeiro, como o aumento da provisão para os bancos, vão elevar o endividamento do país. O primeiro-ministro Mariano Rajoy informou que pode colocar mais dinheiro público para salvar bancos. O Bankia, terceiro maior do país, já foi estatizado parcialmente. Os quatro principais bancos espanhóis anunciaram, antes da abertura da bolsa, que provisionarão 11,324 bilhões de euros adicionais em 2012, para respeitar a nova reforma do setor financeiro. O governo anunciou na sexta-feira que faria uma reforma para sanear o setor financeiro por sua exposição ao imobiliário. Ao todo, serão impostos aos bancos 30 bilhões de euros em novas provisões. Os investidores também estão de olho na elevada taxa de retorno (yield) que a Espanha está pagando nos seus Títulos do Tesouro.
Ainda na Europa, a produção industrial da zona do euro recuou inesperadamente em março. É um sinal de que a recessão no bloco pode ser mais profunda do que avaliam os economistas. A produção industrial nos 17 países recuou 0,3% em março em relação a fevereiro. O mercado esperava um aumento de 0,4% no indicador. Na Alemanha, a produção industrial avançou 2,8%, em contraste com os demais países.
Os pregões europeus fecharam em baixa. Em Madri, o índice Ibex perdeu 2,66%; o índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, se desvalorizou 1,94%; o Cac, de Paris, caíu 2,29% e o FTSE, da Bolsa de Londres, teve queda de 1,97%. O Eurostoxx 50, que reúne as blue chips da região, perdeu 2,33%.
Os índices acionários americanos também operam em queda. Há pouco, o Dow Jones perdia 0,56%, o S&P 500 caía 0,73% e o Nasdaq perdia 0,51%.
Outro fator que pesa negativamente nas bolsas é a desaceleração da economia chinesa. Em um indicativo de que o freio na atividade econômica do país está mais forte do que o desejado pelo governo, o Banco Popular da China liberou a quantidade de depósitos compulsórios para incentivar os bancos a aumentar os empréstimos.
- Este movimento chinês é importante, pois até este momento os sinais não eram muito claros se havia um empenho na reativação econômica ou um combate à inflação que se mostra ainda presente - avalia Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul.
As Bolsas da Ásia fecharam em baixa diante das preocupações com a Grécia, com exceção da Bolsa de Tóquio. Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,2%. As Bolsas da China também caíram com temores adicionais sobre o ritmo da economia do país. O índice Xangai Composto recuou 0,6% e o Shenzhen Composto caiu 0,5%. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei teve leve alta de 0,2%.
No mercado interno, o mercado consolidou a posição de que a taxa básica de juro, a Selic, chegará a dezembro em 8% como forma de estimular a economia.

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