Do POLÍTICA LIVRE
As manchetes de hoje dos três principais jornais baianos a respeito da ousada ação de um bando de assaltantes ontem sobre duas agências bancárias e vários estabelecimentos comerciais no antes pacato município de Amargosa – por acaso, terra natal do pacatíssimo ex-governador Waldir Pires, do PT – por sorte sem vítimas fatais, não deixa mais dúvidas:
O quadro de descontrole total na segurança pública no Estado é fato, jornalístico, inclusive, tendo superado há muito a condição de mero discurso para as oposições interessadas em desbancar o atual governo, levando em conta a proximidade das eleições estaduais, ainda que, justificadamente, prometa virar um forte mote eleitoral na campanha deste ano.
Da sucessão de notícias sobre a ação, em geral, espetacular, de grupos criminosos, organizados ou não, que se espalham pelo interior, levando o terror ao cidadão ou submisso contribuinte baiano, não se confere outra impressão, senão a de que o Estado baiano perdeu, além do controle sobre a situação, a iniciativa para combater efetivamente o aumento da violência, deixando todos à mercê dos marginais.
As explicações do governismo de plantão sobre o amplo e complexo caráter social do problema e sua influência nacional, que levam em conta ainda o avanço de drogas como o crack sobre áreas e grotões até então intocados pelo tráfico, tampouco contentam uma população que dorme e acorda sob o medo cada vez maior, mais certo e assustador que a criminalidade inspira.
Se é verdade, conforme o discurso oficial, que não falta ao governo a energia necessária para combater o crime na Bahia, não se pode dizer o mesmo – e é o que os fatos retratados pela imprensa regional e local estão deixando diariamente a descoberto – sobre a existência de um plano efetivo e realista para enfrentá-lo – algo que, simplificando, pode ser resumido numa única palavra: competência.
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