Do POLÍTICA HOJE
A possibilidade de a Bahia sediar uma central nuclear – como é de interesse do governador Jaques Wagner (PT) – encontra forte resistência de deputados da oposição e da base do governo. Parlamentares disseram nesta terça-feira (9) que só aceitarão emendar a constituição do Estado, que impede a instalação de usinas nucleares em território baiano, depois de amplo debate envolvendo a comunidade científica, ambientalistas e os segmentos afetados pelo projeto. As informações são do jornal A Tarde.
A deputada estadual Fátima Nunes (PT) entende que o assunto é bastante polêmico e as vantagens e desvantagens para o meio ambiente e a saúde das pessoas devem ser bem avaliadas. “O lucro ou outro tipo de benefício econômico não pode sobrepor estas questões”, frisou.
Presidente da Comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa, o deputado Ivo de Assis (PR) disse que a questão, pelos aspectos que envolve, tem de ser bastante discutida com sociedade.
Mais radical, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, deputado Ricardo Gaban (DEM), afirma ser contra o projeto. “O governador deveria investir na exploração de outras formas de energia mais seguras, como a eólica e a solar”.
Deputado que em 2008 promoveu o primeiro debate sobre o energia nuclear no Legislativo estadual, Álvaro Gomes (PCdoB) defende que o assunto deva ser discutido sem preconceitos. Mas alerta: “Alteração na Constituição só após esgotados os debates”.
Já o deputado federal Edson Duarte (PV), autor do relatório do Grupo de Trabalho “Fiscalização e Segurança Nuclear”, constituído pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, opina que o projeto é inviável. “É energia perigosa e a mais cara, baseada em fonte não-renovável, e está longe de atender à demanda nacional”, assegura o parlamentar. “A Bahia tem potencial para gerar energia eólica, solar e de biomassa” EDSON DUARTE, deputado federal pelo PV.
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