terça-feira, 17 de novembro de 2015

TERROR: Sinal do medo: 84% dos franceses aceitam abrir mão de liberdades

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Pesquisa ampla do ‘Le Figaro’ indica apoio a forças militares e linha dura contra suspeitos
Com medo de ataques a transportes, soldados monitoram metrô em Paris - JOEL SAGET / AFP

PARIS - Uma pesquisa conjunta do “Le Figaro” com a RTL indicou níveis alarmantes de medo do terrorismo: 98% dos entrevistados disseram concordar com o grau elevado de alerta antiterror, enquanto 84% dos franceses estariam dispostos a aceitar restrições maiores a sua liberdade somente para ficarem mais seguros.
Historicamente defensor das liberdades individuais, a França tem — de acordo com a pesquisa — 84% a favor de maiores inspeções a indivíduos. Partidários do Partido Socialista, que governa o país, apoiaram num total de 87%. Já os apoiadores da Frente de Esquerda se mostravam positivos em 65%.
Em relação às declarações de guerra por parte do presidente François Hollande e do premier Manuel Valls, que afirmaram que estão em guerra contra o Estado Islâmico, 59% demonstraram apoio. Já a confiança nas forças de segurança, num todo, foi positiva em 87%. A intervenção na Síria é justificada por 85% dos entrevistados.
NACIONALIDADE E XENOFOBIA
Em mais uma demonstração de apoio ao combate ao terror, 74% se disseram favoráveis à prisão de suspeitos de terrorismo. A retirada de nacionalidade francesa para este grupo é vetada pela Frente de Esquerda (47%), mas apoiada drasticamente pela Frente Nacional (94%), a legenda de ultradireita de Marine Le Pen.
Há um mês, uma pesquisa semelhante indicou que 47% dos franceses estavam contrários à chegada de imigrantes, e agora o número saltou para 62% após os atentados de sexta-feira.
A quantia quase unânime de pessoas alarmadas é a maior da História, superando a opinião público após os atentados ao “Charlie Hebdo” e ao mercado judaico Hypercacher, em janeiro, que mataram mais de 20 pessoas.
— Isto mostra como a França se abalou — comentou o diretor de pesquisas de opinião da Ifop, Jerome Fourquet. — Não apenas fala em guerra, como admite abrir mão de suas liberdades.

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