segunda-feira, 16 de novembro de 2015

CASO PETROBRAS: Lava-Jato vai pedir a anulação da compra de Pasadena

OGLOBO.COM.BR
POR STELLA BORGES* / RENATO ONOFRE / CLEIDE CARVALHO

PF deflagra 20ª etapa da operação com 18 mandados no Rio e Salvador

SÃO PAULO — Os investigadores da força-tarefa da Operação Lava-Jato vão pedir a anulação da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira a 20ª fase da Operação Lava-Jato – denominada Corrosão - que investiga o pagamento de propina duranta a compra da refinaria americana à diretores da Petrobras.
— Vamos tentar anular a compra ou ressarcir o patrimônio brasileiro — afirmou o procurador da República Carlos Lima em coletiva realizada na sede da Polícia Federal de Curitiba.
Tiveram a prisão temporária decretada Roberto Gonçalves, que foi gerente executivo da Área Internacional da petrolífera e da de Serviços, e Nelson Martins Ribeiro, apontado como o novo operador. Além de cinco mandados de condução coercitiva nas cidades do Rio de Janeiro, Rio Bonito (RJ), Petrópolis (RJ), Niterói (RJ) e Salvador, na Bahia. Entre os nomes estão: Cesar de Souza Tavares, Rafael Comino e Luis Carlos Moreira da Silva. Também serão cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. Até às 10h40, apenas uma pessoa já está sendo ouvida na PF do Rio. Duas obras de artes foram apreendidas na casa de um dos suspeitos de participar do esquema de corrupção.
— Eu creio que a refinaria hoje ainda se encontra de posse da Petrobras. Recentemente, eu ouvi dizer que ela passou até a ser rentável por causa de mudanças no panorama do setor lá nos Estados Unidos. Mas de qualquer maneira houve pagamento de propina por parte da empresa que vendeu e seja no nosso país seja nos Estados Unidos isto é um vício. Creio eu que nós podemos buscar reparação. Esse foi um mau negócio — disse o procurador parafraseando a ex-presidente da Petrobras Graça Foster que, ao admitir erros na aquisição da refinaria, também disse que a compra foi um mau negócio.
O GLOBO revelou na edição de hoje que investigações apontavam para um novo operador da Lava-Jato: Diego Candolo, apontado como responsável pelo pagamento de propina no exterior pela compra de Pasadena. Ele está colaborando com as investigações e disse ter distribuído suborno de cerca de US$ 6 milhões à diretores da área internacional da Petrobras, comandada por indicados do PMDB.
PROPINA DE PASADENA E SONDAS
De acordo com as investigações, Luis Carlos Moreira, Rafael Comino, Cezar Tavares, Aurélio Telles, Agosthilde Monaco e Carlos Roberto Barbosa são acusados de terem recebido propina na compra de Pasadena. Há também evidências que indicam que Luis Carlos, Rafael Comino e Cezar Tavares também receberam vantagens indevidas na contratação dos navios-sonda Vitória 10.000 e Petrobras 10.000 fosse concretizada.
De acordo com depoimentos de colaboradores, a aquisição dos primeiros 50% da Refinaria de Pasadena foi concretizada a partir do pagamento de vantagens indevidas em favor de vários ex-funcionários da Petrobras. Além de Luis Carlos Moreira da Silva, Rafael Mauro Comino, Cezar de Souza Tavares, Aurélio Telles, Agosthilde Monaco e Carlos Roberto Barbosa, há evidências de que os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró também se beneficiaram com o recebimento de vantagens indevidas.
Em depoimento, Fernando Baiano revelou como funcionou o pagamento da vantagem indevida em Pasadena. As propinas foram pagas pela empresa norte-americana Astra Oil, que repassou a quantia de US$ 15 milhões ao operador.
NOVOS INDÍCIOS EM ABREU E LIMA
Além da Pasadena, esta nova fase tem como alvo ex-funcionários da Petrobras investigados pelo recebimento indevido de valores por parte de representantes de empresas contratantes da estatal, notadamente em contratos relacionados com a Refinaria Abreu e Lima. As investigações chegaram a Glauco Colepicolo Legatti, ex-gerente geral de empreendimentos da RNEST. Há indicativos de que recebeu, das mãos do criminoso colaborador Shinko Nakandakari, propinas no valor de R$ 400 mil nos anos de 2013 e 2014 para que facilitasse a aprovação de aditivos contratuais que favorecessem a empreiteira Galvão Engenharia.
Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes em apuração.
(*estagiária)

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