segunda-feira, 16 de novembro de 2015

TERROR: Hollande pede mudanças constitucionais para lutar contra terrorismo

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Três dias depois de ataques, presidente pressiona por resolução do Conselho de Segurança

Francois Hollande discursa durante sessão especial no Parlamento no Palácio de Versailles, perto de Paris - PHILIPPE WOJAZER / REUTERS

PARIS — O presidente François Hollande disse nesta segunda-feira diante de uma sessão no Parlamento que a França vai intensificar as operações na Síria e chamou os jihadistas de “covardes” e de “assassinos”. Três dias depois de Paris ser devastada por uma série de ataques que deixou ao menos 132 mortos e foi reivindicado pelos Estado Islâmico, o chefe de Estado pediu uma resolução do Conselho de Segurança da ONU contra o terrorismo e solicitou uma reforma constitucional para combater as ameaças extremistas. O pronunciamento dele foi seguido pelo hino “Marselhesa”, cantado de forma emocionante pelos parlamentares que os aplaudiram longamente.


— O porta-aviões Charles de Gaulle será enviado na quinta-feira ao Leste do Mediterrâneo, o que triplicará nossas capacidades de ação. Não haverá hesitação e nenhuma trégua — disse o presidente, anunciando a ação que pode triplicar a habilidade do país de realizar ataques contra o EI. — A França está em guerra.

Na terceira sessão conjunta do Parlamento liderada por um presidente francês - a última havia sido em 1848, Hollande disse ainda que pretende prorrogar por três meses o estado de emergência no país, ressaltando que quer medidas mais eficazes de controle das fronteiras internas e externas da União Europeia. Além disso, ele pediu que cidadão com dupla nacionalidade possa perder o passaporte francês se for condenado por terrorismo e que pessoas com dupla nacionalidade possam ser proibidas de entrar na França se apresentarem um “risco”.
— Se a Europa não controlar suas fronteiras externas, então voltamos para as fronteiras nacionais. Isso é um desmantelamento da União Europeia — afirmou. — Nós precisamos fazer mais. A Síria se tornou a maior fábrica de terroristas que o mundo já conheceu.
Hollande, no entanto, considerou ser “vital” que a UE continue a acolher refugiados da Síria e do Iraque, negando um apelo da extrema-direita para fechar as fronteiras aos migrantes. Para ele, as pessoas que fogem desses países são vítimas dos mesmos terroristas responsáveis pelos ataques de sexta-feira. No primeiro dia útil depois dos ataques, o presidente ressaltou que a França ainda está de luto e pediu união nacional para superar esse momento difícil.
Francois Hollande entre Primeiro-Ministro Manuel Valls, à direita, e o Ministro da educaçao Najat Vallaud-Belkacem, na Universidade de Sorbonne - Guillaume Horcajuelo / AP
— Nós pensamos nas centenas de jovens que ficaram traumatizados com os ataques. Alguns ainda estão lutando por suas vidas — disse. — Nenhum bárbaro vai nos impedir de viver como decidimos viver. Terrorismo não vai destruir a República, porque a República vai destruir o terrorismo.
Citando leis do Tratado Europeu, a chanceler da UE, Federica Mogherini, advertiu que o bloco deve mobilizar tropas para a França em caráter emergencial.
BOMBARDEIOS NA SÍRIA
No domingo, o Ministério da Defesa francês informou que o país iniciou seus contra-ataques. Ao menos dez bombardeios foram realizados à capital do autoproclamado califado do grupo jihadista, Raqqa, atingindo um centro de controle e comando, um campo de recrutamento, um depósito de munição, um estádio, uma prisão secreta e um campo de treinamento. Ao total, foram 20 bombas utilizadas. Não há informações sobre feridos ou mortos na ofensiva. O país realiza ataques aéreos na Síria desde setembro.
Em Hong Kong, pessoas acendem velas para as dezenas de mortos em Paris nos ataques terroristas em diversos pontos da cidade - Vincent Yu / AP
A expectativa de Hollande é que os ataques continuem.
— Nossa democracia já triunfou antes sobre adversário muito mais formidáveis do que esses covardes.
O presidente francês se encontra com Barack Obama e Vladimir Putin nos próximos dias, segundo ele mesmo adiantou no Parlamento, para planejar uma estratégia contra o Estado Islâmico.
Em visita a Paris, o secretário de Estado americano, John Kerry, foi contundente ao expressar seu apoio aos parisienses.
— Como a História mostra, Paris viu dias ainda mais sombrios e os superou. Ningué deve duvidar que a luz ainda brilha na Cidade da Luz.

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