quinta-feira, 13 de junho de 2013

DIREITO: Toffoli determina quebra de sigilos de Lindbergh Farias, acusado de desvio

De OGLOBO.COM,BR
EVANDRO ÉBOLI

PGR pediu dados do senador para investigar suspeita de corrupção na Prefeitura de Nova Iguaçu
BRASÍLIA — O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de investimentos na bolsa de valores do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e de dois ex-dirigentes do Fundo de Previdência dos Servidores Municipais (Previni), de Nova Iguaçu (RJ), cidade administrada pelo petista entre 2005 a 2010. A decisão de Toffoli atende a um pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. No inquérito, Lindbergh é investigado por má gestão e suspeita de desvio de dinheiro do Previni. Uma CPI da Câmara Municipal da cidade apontou que o desvio estimado é de R$ 356,7 milhões.
O ministro entende ser necessário prosseguir a investigação do Ministério Público e, por essa razão decidiu pela quebra dos sigilos.
"Temos aqui situação na qual se encontram em jogo a coisa pública e agente político e demais investigados, cuja privacidade mostra-se relativa", afirmou Toffoli na sua decisão.
No inquérito, Roberto Gurgel diz que baseou-se em documentos da CPI dos vereadores de Nova Iguaçu. O procurador afirmou que os fatos são de extrema gravidade.
"A análise detalhada do relatório da CPI e dos documentos que o instrui indica uma verdadeira parceria entre o então prefeito Lindbergh, que atuava no relacionamento da Prefeitura com o Previni e os dirigentes desse fundo, pessoas da confiança do prefeito, que os indicava e reconduzia ao posto" - sustentou Gurgel no seu pedido de quebra de sigilo.
Defesa diz que relatório de CPI não foi aprovado
Segundo o inquérito, não houve repasse ao Previni pela Prefeitura desde maio de 2005 a um grupo determinado de servidores. Sem o repasse, o Previni teve que arcar como pagamento das aposentadorias. Segundo Gurgel, houve uma "descapitalização" do instituto, em valores atuais, de R$ 356,7 milhões.
Toffoli afirmou que quebrar o sigilo é indispensável para a elucidação do quadro. "Visa (a quebra do sigilo) a saber se ocorreu, ou não, algum ato ilícito com a participação do investigado nos atos versados pelo procurador-geral da República".
A defesa de Lindbergh Farias argumentou que prestará esclarecimentos ao ministro Toffoli, em petição, e diz que o relatório final da CPI sequer foi aprovado. Então, um vereador de oposição a Lindbergh, encaminhou, mesmo assim, o relatório ao Ministério Público. Celso Vilardi, advogado do senador, afirmou ser preciso colocar as coisas nos seus devidos lugares.
— Não é um relatório de CPI, mas o depoimento de um vereador de oposição (Tiago Portela, do PMDB). Ele dá a entender que se trata de um relatório de CPI. O senador Lindbergh não tem medo de quebra alguma, até porque já fez isso de iniciativa própria. Aliás, é um dos poucos políticos do país que pode abrir seu sigilo — disse Vilardi.
— Falam em rombo de R$ 356 milhões. Outra coisa é inadimplência de contribuições previdenciárias pela Prefeitura com o fundo. E, desse total, R$ 320 milhões não são da responsabilidade do Lindbergh, mas de gestões anteriores. E isso também não foi esclarecido ao ministro Toffoli. E mais ainda, esse débito, o que cabe ao Lindbergh, foi parcelado. Vamos apresentar isso tudo ao ministro o mais rápido possível — disse o advogado.

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