segunda-feira, 21 de maio de 2012

MUNDO: Atentado suicida deixa ao menos 63 mortos em desfile militar no Iêmen


Do ESTADAO.COM.BR



Especialistas veem retaliação da Al-Qaeda contra presença dos EUA e novo presidente iemenita que assumiu após saída de Ali Abdullah Saleh.

Um atentado suicida contra um grupo que ensaiava para um desfile militar deixou ao menos 63 mortos na capital do Iêmen, Sanaa, nesta segunda-feira, informam fontes do Exército iemenita.


O responsável pelo ataque, que supostamente vestia uniforme militar e carregava um cinto de explosivos escondido, detonou as bombas entre soldados na praça Al-Sabin próxima ao palácio presidencial.

Uma fonte da Al-Qaeda disse à BBC que um de seus membros estava por trás da ofensiva que é o atentado mais mortal ocorrido no país desde que Abdrabbuh Mansour Hadi assumiu o poder como novo presidente, em fevereiro deste ano.

O número de mortos pode aumentar, já que fontes médicas informaram à agência de notícias France Presse que já há contagens extra-oficiais que apontam para ao menos 96 mortos e 300 feridos.

O ataque ocorreu pouco antes de um dos chefes do Exército iemenita e o ministro da Defesa, Nasser Ahmed, se aproximarem das tropas. Os dois escaparam ilesos.

A maior parte dos mortos pertencia à Organização Central de Segurança, uma força paramilitar comandada por Yahya Saleh, sobrinho do ex-presidente Ali Abdullah Saleh.

Após uma série de intensas manifestações, confrontos e até um ataque ao palácio presidencial ocorridos em meio à onda de protestos da Primavera Árabe, Saleh deixou o poder ao assinar um acordo de transição mediado pelas monarquias do Golfo Pérsico.

Hadi assumiu a Presidência e desde então vem tentando desvincular figuras do alto escalão do governo e das Forças Armadas que eram ligados a Saleh.

Retaliação

O ataque desta segunda-feira chega dez dias após o Exército ter lançado uma ofensiva contra militantes islâmicos ligados à Al-Qaeda na Península Árabe (AQPA, na sigla em inglês).

Já no domingo, numa primeira aparente retaliação à operação, um instrutor da Guarda Costeira dos Estados Unidos foi baleado e ficou ferido por atiradores não identificados.

O grupo Ansar al-Sharia disse estar por trás do ataque. A facção, que também é conhecida como Partidários da Lei Islâmica, tem ligações com a Al-Qaeda.

No fim de semana, ao menos 33 militantes e 19 soldados morreram em combates na região de Abyan, dominada pelo grupo.

'Guerra contra a Al-Qaeda'

Logo após tomar o poder, em fevereiro, Hadi disse que uma de suas missões mais importantes seria a "continuidade da guerra contra a Al-Qaeda como uma obrigação religiosa e nacional".

Para o especialista da BBC em segurança, Frank Gardner, o atentado é uma clara mensagem ao novo presidente, muito provavelmente por parte da Al-Qaeda, de que não haverá trégua no combate entre o Exército e os militantes.

Somado ao ataque contra o instrutor americano, no domingo, o atentado deve aumentar as preocupações de Washington e das potências ocidentais com os riscos na região. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

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