terça-feira, 22 de maio de 2012

ECONOMIA: O pior dos mundos ?


Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

O governo Dilma testa uma "nova" política econômica, na qual o tripé usado nos últimos anos do governo FHC e na maior parte dos anos do governo Lula - meta de inflação, superávit primário robusto e câmbio flutuante - é relativizado e dá lugar a outras variáveis, como a do crescimento econômico vigoroso, com mais incentivo ao consumo interno num momento delicado. Os ventos do exterior sopram cada vez mais incertezas, para o lado negativo . E o mar interior não está nada róseo :
1. A inflação, discursos oficiais à parte, não dá sinais de arrefecer até agora, caminha para ficar mais para cima dos 5% do que para o perseguido centro de meta de 4,5%.
2. O crescimento da economia está lento e a recuperação do ritmo, esperada para o segundo trimestre foi adiada nas expectativas gerais, para o segundo semestre. Sem milagres, se o PIB ficar um pouco acima dos 2,7% do ano passado, em torno de 3% já será considerado excelente.
3. O forte crescimento da arrecadação tributária prevista inicialmente no Orçamento, uma das bases para, ao mesmo tempo, manter-se os gastos públicos, custeio e investimento, em níveis mais elevados que no ano passado e a meta de superávit primário de 3,1% do PIB, já está se frustrando. O Ministério do Planejamento, no relatório de avaliação fiscal do bimestre março/abril, reavaliou a previsão de receita em menos R$ 10 bilhões.
4. Os investimentos, tanto os privados quanto os públicos, estão em câmara lenta. Segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, as inversões particulares no Brasil (medidas pela formação bruta de capital fixo, sigla FBKF) encolheram 2,5% em relação aos três meses anteriores. Do lado oficial, os investimentos tiveram uma queda de 5,5% nos primeiros quatro meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado.
Nessa situação, haja discurso otimista do ministro Guido Mantega, que espalha sua confiança dia sim outro também, e de seus auxiliares. Ontem mesmo, Mantega deitava esta pregação no "Valor Econômico" e o secretário da Política Econômica do Ministério da Fazenda espargia a mesma lenga lenga no "Brasil Econômico". Como Dilma não quer ver a economia patinando, o governo começou a atacar ontem, com corte no IPI dos carros e outros incentivos ao consumo. Reprises de um filme - o crescimento pelo consumo - esgotado no momento, segundo muitos analistas.

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