sexta-feira, 4 de agosto de 2017

MUNDO: FBI rastreia laços financeiros de Trump e Rússia, dizem fontes

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Em um ano de inquérito, investigadores suspeitam de crimes não conectados à campanha presidencial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Manuel Balce Ceneta / AP

WASHINGTON — Os investigadores federais que estão averiguando a interferência russa na campanha do presidente americano, Donald Trump, aproveitam os laços financeiros de Trump e seus associados como jeito mais fácil de conduzir o inquérito, de acordo com fontes próximas à investigação. Segundo as fontes, a rede de laços financeiros poderia oferecer um caminho mais concreto para possíveis ações judiciais do que as questões mais amplas sobre o conluio na eleição presidencial de 2016.
Um ano após a abertura da investigação no FBI, ela agora é liderado pelo conselheiro especial Robert Mueller. As fontes descrevem que o inquérito se expandiu para possíveis crimes financeiros, alguns não ligados à eleição de 2016, ao mesmo tempo que continua sendo investigado a conexão de Trump com agências de espionagem russas e supostas tentativas de obstrução do inquérito no FBI.
O foco nos laços financeiros foi notado por Trump, que advertiu Mueller em uma entrevista ao "New York Times" que suas relações financeiras são uma linha vermelha que os investigadores não deveriam ultrapassar. Porém, o conselheiro especial é autorizado a averiguar qualquer questão que poderia se ligar à investigação.
Para a "CNN", o advogado do presidente, Jay Sekulow, disse que eles não receberam nenhum requerimento para documentação ou informação sobre a questão.
Nas mãos de Mueller a investigação parece estar avançando rápido e entrando em uma nova fase. O conselheiro especial convocou um grande júri para a investigação, segundo o "Wall Street Journal". O jornal americano cita duas fontes anônimas próximas ao assunto. À Reuters, fontes disseram que o grande júri já está atuando e enviou intimações judiciais em conexão com a reunião celebrada, em junho de 2016, entre Donald Trump Jr, o filho do presidente, e uma advogada russa ligada ao governo russo
Nos EUA, os grandes júris são formados para decidir se uma evidência é forte o bastante para que o caso seja levado a julgamento criminal. Não decidem a inocência ou a culpa de um potencial réu. Um enfurecido Trump reagiu à constituição do grande júri para este caso, passo que pode levar a abertura de processo penal.
— A história russa é uma fabricação total — lançou Donald Trump, diante de uma multidão em um comício na Virgínia Ocidental. — A razão pela qual os democratas só falam dessa história russa totalmente inventada é que eles não têm mensagem, agenda, visão.
A Inteligência dos EUA investiga se a Rússia tentou interferir nas eleições presidenciais americanas do ano passado para favorecer Trump em detrimento da democrata Hillary Clinton. No momento, há diversas investigações em curso para definir se houve conluio entre membros da chapa republicana e o Kremlin. O governo russo sempre negou ter influenciado a votação. Mueller está investigando como procurador especial a conexão russa independentemente da investigação que a comissão do Senado leva a cabo.
SANÇÕES CONTRA RÚSSIA
Na quarta-feira, Trump assinou, sob pressão, a lei aprovada no Congresso que impõe novas sanções econômicas contra a Rússia por sua suposta interferência nas eleições americanas de 2016, informou a Casa Branca. Entretanto, o presidente afirmou que a lei permanece "seriamente falha" e que dificulta sua capacidade de negociação. Mais sanções também serão impostas ao Irã e à Coreia do Norte.
Um dia após assinar as sanções, Trump afirmou que as relações entre Washington e Moscou estão em um nível baixo e perigoso por causa da lei de sanções aprovada pelo Congresso americano. O governo do presidente russo Vladimir Putin reagiu com fúria às sançoes. O primeiro-ministro Dimitri Medvedev disse que as punições parlamentares equivalem a uma guerra econômica e que Trump havia demonstrado "total fraqueza".
Em retaliação aos EUA, a Rússia anunciou a redução do número de diplomatas americanos no país e o confisco de propriedades americanas em Moscou. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores considerou que a decisão americana é uma prova de "russofobia". O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira, em visita oficial à Finlândia, que o país teria que responder às sanções, mas apenas o faria diante do texto final do Congresso sobre as punições. Putin considerou as medidas americanas "grosseiras e descabidas", e o governo indicou que o pacote dificultará a normalização dos laços entre os dois países.

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