sexta-feira, 4 de agosto de 2017

ECONOMIA: Alívio no cenário político faz Bolsa avançar 2% na semana; dólar cai 0,3%

FOLHA.COM
DE SÃO PAULO

Eduardo Anizelli/Folhapress                                

A força demonstrada pelo governo ao barrar a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer fez os investidores voltarem a confiar na capacidade do Planalto de tocar a agenda de reformas. Essa expectativa fez a Bolsa subir 2% na semana, enquanto o dólar recuou 0,3%.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas no mercado brasileiro, teve alta de 0,18% nesta sexta (4), para 66.897 pontos. O avanço foi de 2,17% na semana –a segunda seguida em que a Bolsa fechou no azul.
O dólar comercial teve alta de 0,38%, para R$ 3,126, mas caiu 0,3% na semana. O dólar à vista subiu 0,08%, para R$ 3,120. Na semana, houve queda de 0,8%.
A vitória de Temer na Câmara injetou nos investidores confiança de que o governo conseguirá passar a reforma da Previdência, afirma o economista Rafael Bevilacqua, da Eleven Financial.
"Há uma expectativa de que a reforma da Previdência será destravada", diz. "No Senado, o governo conseguiu um placar maior que o previsto para aprovar a reforma trabalhista. Não falta muito mais para computar maioria necessária na Previdência."
Para Bevilacqua, a proposta aprovada deve conter de 50% a 60% do teor da original. "Depois, será preciso mexer de novo, com certeza."
O mercado também trabalha com a possibilidade de revisão da meta fiscal, diante da dificuldade de o governo conseguir cumprir seu objetivo de deficit primário de R$ 139 bilhões. Nesta sexta, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que as dificuldades fiscais vão permanecer apesar da retomada do crescimento.
Um novo aumento de impostos não aliviaria as contas deste ano, na avaliação do próprio ministro Henrique Meirelles (Fazenda). "Começamos a ter um problema de tempo para que qualquer aumento possa fazer efeito neste ano, inclusive porque alguns tipos de tributos que só podem incidir depois de 90 dias", afirmou ao ressaltar que o governo aguarda a decisão do Congresso sobre a reoneração da folha de pagamento que, segundo ele, "está lá há um bom tempo".
AÇÕES
As commodities voltaram a impulsionar o ganho de alguns dos papéis mais negociados na Bolsa brasileira. A alta do petróleo beneficiou as ações da Petrobras: as preferenciais subiram 0,68%, para R$ 13,40, e as ordinárias se valorizaram 0,58%, para R$ 13,90.
A valorização de 1,63% do minério de ferro fez as ações da Vale subirem mais de 1%. Os papéis preferenciais da mineradora avançaram 1,36%, para R$ 28,98. As ações ordinárias tiveram ganho de 1,79%, para R$ 31,23.
No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco caíram 0,26%. Os papéis preferenciais do Bradesco subiram 0,10% e os ordinários tiveram valorização de 0,73%. O Banco do Brasil teve a quinta alta seguida e avançou 0,62%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil subiram 0,27%.
Das 59 ações do Ibovespa, 31 subiram, 25 caíram e três fecharam estáveis.
A maior alta foi registrada pela Braskem (4,06%), seguida pela CSN (3,98%). A queda mais acentuada ficou com os papéis da BRF (-2,44%), seguidos pela BB Seguridade (-2,34%).
DÓLAR
A moeda americana ganhou força ante 24 das 31 principais divisas do mundo, após dados fortes de mercado de trabalho nos Estados Unidos. As empresas contrataram mais trabalhadores do que o esperado em julho e aumentaram seus salários. Esses fatores podem levar o banco central americano a anunciar, na reunião de setembro, o plano para começar a reduzir seu portfólio de títulos.
Aqui, o CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) caiu 0,82%, para 199,4 pontos, no sexto dia seguido de queda.
No mercado de juros futuros, a maioria dos contratos fechou em alta. O vencimento para janeiro de 2018 subiu de 8,185% para 8,195%. O vencimento para janeiro de 2019 avançou de 7,960% para 8,020%.

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