quarta-feira, 29 de julho de 2015

ECONOMIA: Após cinco altas seguidas, dólar recua mais de 1% e fecha a R$ 3,33; Bolsa volta aos 50 mil pontos

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Fed mantém taxas de juros e ajuda a manter desvalorização; ações da Petrobras sobem mais de 7%
Notas de cem dólares - Xaume Olleros / Bloomberg News/20-7-2015

SÃO PAULO - Após cinco altas consecutivas, o dólar comercial finalmente encontrou espaço para cair. A moeda americana chegou ao final do pregão cotada a R$ 3,328 na compra e a R$ 3,330 na venda, recuo de 1,18% ante o real. A manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o bc americano) contribuiu para esse resultado. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,30% em seu índice de referência, retornando ao patamar dos 50 mil pontos - mais exatamente, 50.245 pontos.
A manutenção dos juros pelo Fed já era esperada e o mercado de câmbio aproveitou para fazer o que é chamado de ajuste técnico, ou seja, corrigem o que foi considerado excessivo na alta dos últimos pregões. No entanto, na avaliação de analistas, com o atual cenário econômico interno e externo, há pouco espaço para a cotação voltar para baixo dos R$ 3,30 no curto prazo.
– O dólar vinha em alta nos últimos dias devido à redução da meta fiscal e o rebaixamento da perspectiva do Brasil para negativa pela Standard & Poor’s. Agora, era natural essa correção técnica – disse Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Capital Asset.
Para ele, embora o Fed tenha mantido as taxas de juros, há a expectativa de que os juros nos Estados Unidos possam subir ainda em 2015, isso também colaborou para o movimento de valorização do dólar ante o real.
Mas mesmo que o movimento desta quarta-feira seja pontual, alguns analistas não descartam ao menos a redução da volatilidade. Para Luis Gustavo Pereira, analista chefe da Guide Investimentos, a expectativa é que a tensão no campo político fique menor.
– O mercado está mais calmo porque não teve nenhuma novidade no campo político. E, aparentemente, a agenda bomba (medidas que podem elevar os gastos públicos) não vai ter continuidade no Congresso. Além disso, a perspectiva negativa dada ao Brasil pela Standard & Poor’s já estava de certa forma nos preços – disse.
Para Guilherme França Esquelbek, operador da Correparti Corretora de Câmbio, no mercado de câmbio, embora a manutenção dos juros pelo Fed já fosse esperada, é importante ficar atento às sinalizações que serão dadas. “A maioria do mercado trabalha com a possibilidade de aumento em setembro, contudo, a volatilidade do mercado acionário chinês e os sinais de desaceleração da economia global poderá deixar o Fed mais cauteloso”, lembra, em comunicado a clientes.
O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que avalia o comportamento da divisa frente a uma cesta de dez moeda, operava em alta de 0,41% no momento do encerramento dos negócios no Brasil.
Os investidores aguardam agora a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que à noite irá anunciar a nova taxa Selic - atualmente, está em 13,25% ao ano.

PETROBRAS E VALE PUXAM RECUPERAÇÃO DA BOLSA
Na Bolsa, o que também contribuiu para a recuperação dos preços, além do ajuste técnico, foi o fato de algumas ações no Brasil estarem baratas para o investidor estrangeiro, já que a moeda americana se valorizou.
– Se o câmbio se acomodar nesse patamar ou reduzir a volatilidade, podemos ver um fluxo de entrada de estrangeiros que buscam papéís mais atrativos. A Bolsa em dólar está em um patamar historicamente baixo – avaliou Pereira, da Guide.
A alta desta quarta-feira foi puxada pelo desempenho das ações da Vale e da Petrobras. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal tiveram alta de 7,52%, cotados a R$ 10,72, e os ordinários (ONs, com direito a voto) avançaram 7,46%, a R$ 11,80. No caso da Vale, a alta foi de 1,68% nas preferenciais e de 1,43% nas ordinárias.
Entre as quedas, destaque para a Braskem. Os papéis da companhia recuaram 3,77%. Em cerca de um mês, a empresa precisa renovar o seu contrato de nafta fornecida pela Petrobras. Os valores do contrato em vigor estão sendo questionados na operação Lava Jato da Polícia Federal.
No exterior, as Bolsas operam também em terreno positivo. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,69% e o S&P 500 registrou valorização de 0,73%. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, teve variação positiva de 0,34%, enquanto o CAC 40, da Bolsa de Paris, subiu 0,81% nesta quarta-feira. Já o FTSE 100, de Londres, avançou 1,16%.

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