terça-feira, 28 de julho de 2015

CASO PETROBRAS: Mário Goes, dono da Rio Marine, negocia delação premiada na Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR GERMANO OLIVEIRA E TIAGO DANTAS

Empresas do operador receberam R$ 220 milhões entre os anos de 2003 e 2014
No Jóquei: Mário Goes (de camisa azul) ao lado da égua Cruiseliner, em 2014, e Jorge Zelada (de camisa rosa), ex-diretor da Petrobras - Reprodução

SÃO PAULO - O operador Mário Goes, dono da Rio Marine Óleo e Gás e da Mago Consultoria, preso sob a acusação de ter repassado dinheiro da propina das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, pode ser o 19º delator da Operação Lava-Jato. Ele é um dos investigados dispostos a contar o que sabe para reduzir sua pena. A investigação da Polícia Federal mostrou que ele recebeu de empreiteiras, entre 2003 e 2014, R$ 220 milhões. O dinheiro, segundo os peritos, corresponde a pagamentos feitos por meio de contratos falsos de prestação de serviços de consultoria. As transferências da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, as duas maiores empresas de construção do país, pagaram a Goes R$ 6,4 milhões entre 2004 e 2009.
A PF também identicou um pagamento feito pelo operador no valor de R$ 70 mil, feito em 2007 a Pedro Barusco, ex-gerente da estatal. A maioria das saídas das contas das empresas de Goes, era em dinheiro em espécie, no boca do caixa. No total, R$ 70 milhões saíram desta forma e, em grande parte, os saques eram em valores menores, para escapar do controle do Banco Central.
Barusco, que também é um dos delatores, afirmou ter retirado propina em dinheiro vivo na casa de Goes, no Rio de Janeiro, e em mochilhas com valores que variavam de R$ 300 mil a R$ 500 mil em cada uma. O dinheiro era repartido semanalmente entre Barusco e seu chefe, Renato Duque.
Goes usava uma conta chamada Maranelli para enviar dinheiro para Barusco e Duque na Suíça.
Na última sexta-feira, o MPF informou que está negociando em sigilo seis novos acordos de delação premiada na Lava-Jato.
Contra Mário Goes pesa a acusação de que ele conhecia e participava de todo o esquema de corrupção que beneficiava a Odebrecht. Ao longo do processo, o MPF tem sustentado que e-mails trocados entre a cúpula da empreiteira mostram que Marcelo sabia das negociações irregulares.
Os advogados de Goes tem dito que o operador tem problemas de saúde para tentar tirá-lo da prisão. Goes já chorou duas vezes ao prestar depoimentos ao juiz Sérgio Moro. Em 23 de maio, chegou a citar problemas na coluna e no intestino para dizer que estava “ficando fraco” dentro da carceragem. Ele chorou no fim desse depoimento, em que pedia para ficar em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônico.
Em 17 de julho, mais uma vez Mário Goes foi às lágrimas. Antes que seu depoimento começasse, seus advogados alegaram que o acusado não tinha condições psicológicas de ser ouvido. Com voz embargada ele disse que estava abalado e que o filho estava doente. Lucélio Goes, também investigado pela Operação Lava-Jato, não compareceu a uma audiência naquela semana, alegando que ficou internado em um hospital.

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