sexta-feira, 30 de maio de 2014

POLÍTICA: Chapas ligadas ao governo federal perdem eleição na Previ e na Funcef

Do ESTADAO.COM.BR
Mônica Ciarelli - O Estado de S.Paulo

Grupo apoiado pelo Palácio do Planalto perdeu as eleições no Banco do Brasil dias depois de uma chapa com apoio oficial ter sido derrotada na Caixa Econômica Federal
RIO - O governo sofreu esta semana a segunda derrota significativa em um fundo de pensão desde que o PT chegou à Presidência da República, em 2002. Por cerca de 9 mil votos, a chapa apoiada pelo Palácio do Planalto perdeu a eleição na Fundação dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), maior fundo de pensão do País, com um patrimônio de R$ 170 bilhões.
Na semana passada, uma chapa formada por auditores da Caixa Econômica Federal já havia vencido a disputa para representantes eleitos do fundo de pensão dos funcionários do banco, a Funcef, o terceiro maior do Brasil. O grupo levou a melhor frente a representantes mais tradicionais no cenário político dos fundos de pensão.
Para um ex-executivo da Previ, o resultado dessas eleições mostra uma insatisfação com o posicionamento dos sindicatos nos últimos anos, que teriam dado prioridade a temas de interesse do governo. "Houve uma grande rejeição aos sindicatos, especialmente nos votos dos aposentados", disse.
CUT. A chapa apoiada pelo governo na Previ tinha como base nomes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Assim como na Funcef, a diretoria da Previ também tem metade dos diretores eleitos e a outra metade indicada pela instituição patrocinadora. A presidência e diretorias ligadas a investimentos e participações societárias são sempre escolhidas pela patrocinadora. Apesar disso, o resultado das últimas eleições tende a mexer um pouco no pêndulo do poder, deixando espaço para uma oposição mais presente dentro da direção do órgão.
A chapa vencedora da eleição realizada na Previ é liderada pelo grupo formado pela ex-diretora Cecília Garcez e pelo ex-presidente da Associação Nacional de Aposentados do Banco do Brasil (Anabb) Walmir Camilo.
Quem acompanhou os desdobramentos das eleições na Funcef e na Previ ressalta que as razões de insatisfação nas duas fundações são diferentes. Na primeira, as principais críticas são direcionadas à atual estratégia de investimento do patrimônio do fundo (R$ 53 bilhões ), com o uso das reservas em investimentos apontados pelos participantes como menos rentáveis e mais voltados aos interesses do governo.
Já na Previ, o grande foco de insatisfação dos participantes gira em torno da suspensão do pagamento do Benefício Especial Temporário (BET) e da retomada da cobrança das contribuições mensais. Criado em 2010, o Benefício Especial Temporário (BET) era previsto para terminar no final de 2014, mas seu fim foi antecipado no final do ano passado. O valor extra correspondia a 20% do benefício recebido por aposentados e pensionistas admitidos até 1997.
A insatisfação levou a chapa liderada por Cecília e Camilo a adotar a volta do BET como principal plataforma eleitoral.

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