Do BAHIA NOTÍCIAS
Por Samuel Celestino
Nos diversos rounds envolvendo a criação da CPI da Petrobrás, o governo Dilma beijou a lona. Ao invés de uma, agora são duas: a do Senado, decidida pelo Supremo, e a CPI mista, com parlamentares do Senado e da Câmara, 32 ao todo. Renan Calheiros, que queria empurrar coma barriga, acabou por ceder na noite desta quarta feira, após reunião no Palácio do Planalto com a presidente, que teria varado madrugada. No encontro, se comprometeu em tudo fazer para que a CPI mista – a mais perigosa para o governo – fosse formada. Acabou por entregar os pontos. Mas o governo não perdeu tudo. Conseguiu formar uma CPI, também mista, para apurar o caso dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal. Corretíssimo. É necessário que se apure tudo em termos de corrupção e até, se fosse possível, virar o País pelo avesso. Tanto oposição como o governo terão, agora, que apresentar os nomes que comporão as CPIs mistas (porque, certamente, a oposição já não necessitará da CPI do Senado) para que possam, presumi-se, serem instaladas após cinco sessões consecutivas do Congresso. Faz parte do regimento, mas será sempre possível derrubar os quoruns das sessões para elastecer este prazo. O governo tentou brigar para que não houvesse a CPI da Petrobrás. Foi necessário que o Supremo Tribunal Federal decidisse e, desse modo, mais do que uma – a do Senado – formaram-se duas, o que significa mais uma derrota do governo. Como o ano é confuso, estamos às vésperas de uma Copa do Mundo e depois virá a campanha eleitoral, é bem provável que talvez não haja tempo para que os resultados das CPIs da oposição e a do governo apresentem resultados concretos e definitivos. O que vier à tona, porém, será combustível para a campanha presidencial. Renan Calheiros, como sempre, também perdeu, mas, no final, para não derrotado de todo, contemporizou, bem ao seu estilo e sua forma “ética” de agir.
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