quinta-feira, 8 de maio de 2014

MUNDO: Separatistas decidem manter referendo na Ucrânia apesar de apelo de Putin

De OGLOBO.COM.BR
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Ministério das Relações Exteriores ucraniano espera por evidências sobre retirada de tropas russas da fronteira
Presidente russo supervisiona manobras nucleares
Meninos assistem ao cortejo fúnebre de Ira Boevets, morto em confrontos entre forças ucranianas e separatistas pró- russos na segunda-feira BAZ RATNER / REUTERS
KIEV — Separatistas pró-Moscou decidiram nesta quinta-feira manter um referendo sobre a independência de cidades do Leste da Ucrânia previsto para domingo, apesar do apelo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que na véspera exortou-os a adiar a votação para criar as condições necessárias de diálogo com o governo interino de Kiev. O governo ucraniano advertiu que as “operações antiterror” continuam independentemente do posicionamento dos rebeldes.
A decisão foi tomada por unanimidade — com 78 votos a favor — pela assembleia que lidera a autoproclamada República Popular de Donetsk.
— O referendo será em 11 de maio. A decisão não é nossa (líderes rebeldes), mas do povo — disse Denis Pushilin, líder dos separatistas da localidade, segundo a agência russa Interfax. — Agradecemos o pedido de Putin, mas não é ele quem toma a decisão, e sim nós, os cidadãos de Donetsk.
No que parecia ser uma mudança de tom, Putin manifestou na quarta-feira seu apoio às eleições presidenciais de 25 de maio na Ucrânia, além de pedir diálogo entre os novos líderes pró-Ocidente de Kiev e separatistas e que a consulta popular no Leste fosse adiada. Mas nesta quinta, ele supervisionou manobras militares especialmente intensas, ao lado de líderes de ex-repúblicas soviéticas e que contaram com a participação de forças nucleares russas.
Nesta quinta-feira, o governo ucraniano disse que estava pronto para conversar com os partidos políticos e as autoridades regionais do Leste sobre a crise no país, mas se negou a negociar com “terroristas”.
“A prioridade absoluta para o governo da Ucrânia é um diálogo nacional em grande escala com a participação de forças políticas, representantes regionais e o público”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado. “Mas o diálogo é impossível e impensável com terroristas”.
Kiev chama os separatistas pró-Moscou, que agora controlam faixas do Leste ucraniano, de “terroristas” ou “bandidos” que são apoiados pela Rússia como parte dos esforços para desestabilizar a Ucrânia.
O Kremlin, por sua vez, nega jogar qualquer papel na revolta no Leste da Ucrânia, dizendo que os ativistas pró-Moscou estão simplesmente defendendo os seus direitos contra possíveis ataques por parte do governo pró-Ocidente.
Mas as palavras de Putin na quarta-feira podem sinalizar um abrandamento da sua posição na pior crise entre Oriente e Ocidente desde a Guerra Fria. Putin também anunciou que a retirada das as tropas russas da fronteira com a Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que estava esperando por evidências de que soldados russos haviam deixado o local.
Nesta quinta, Putin supervisionou exercícios militares a partir do Ministério da Defesa. Participaram forças de toda a Rússia, incluindo as encarregadas de arsenais nucleares. entre as manobras, dois submarinos nucleares das Frotas do Norte e do Pacífico dispararam mísseis balísticos intercontinentais.

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