terça-feira, 6 de maio de 2014

SEGURANÇA: Caso Malhães: Comissão da Verdade não se convence de versão para morte de tenente-coronel

De OGLOBO.COM.BR
CHICO OTAVIO

Presidente da entidade, Wadih Damous, e mais três senadores querem ouvir caseiro, que segundo a polícia confessou o crime

RIO - O presidente da Comissão da Verdade do Estado do Rio, Wadih Damous, disse nesta manhã de terça-feira não estar convencido da versão oficial dada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte do tenente-coronel Paulo Malhães, que confessou ter torturado presos políticos durante a ditadura militar.
Segundo a Polícia Civil, o caseiro Rogério Pires confessou ter arquitetado o ataque ao sítio, com o objetivo de roubar armas. Malhães acabou morrendo no ataque, em circunstâncias ainda não completamente esclarecidas. Informações preliminares da guia de sepultamento indicam que ele sofreu embolia pulmonar - o que pode indicar um infarto que teria ocorrido enquanto ele estava em poder do grupo que atacou o sítio.
- Viemos aqui saber qual a real participação do caseiro no caso - afirmou Damous.
Damous e três senadores - Ana Rita (PT-ES), João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) - estão na Delegacia Anti-Sequestro (DAS), no Leblon, zona sul do Rio, onde está preso o caseiro. Os três parlamentares integram a subcomissão de Memória, Verdade e Justiça da Comissão de Direitos Humanos do Senado. Eles chegaram a ser barrados ao tentarem entrar na delegacia, e quando já davam entrevista criticando a postura da delegacia, foram convidados a entrar e falar com o detento.
O senador Randolfe Rodrigues lamentou que, embora o Senado tivesse avisado à Polícia Civil do Rio da visita, o delegado de plantão na DAS tenha se dito surpreendido pela visita.
Em reportagem publicada no GLOBO em 16 de março deste ano, Malhães relatou ter desenterrado e mandado jogar no mar o corpo do então deputado Rubens Paiva. À Comissão da Verdade, disse que dedos, dentes e vísceras dos corpos dos militantes mortos para evitar a identificação deles. Os corpos eram jogados num rio.
No dia 24 de março, Malhães depôs à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e negou ter desenterrado Paiva. Em entrevista publicada hoje no jornal “O Dia”, a viúva de Malhães, Cristina Batista Malhães, disse que ele confidenciou a ela ter mentido à comissão: foi ele de fato o responsável por desenterrar Paiva e jogar seu corpo não no mar, mas num rio. Prática que ao GLOBO contou no último dia 21 de março.

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