sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

POLÍTICA: Pizzolato tinha CPF, título de eleitor, RG e declaração de isento para a Receita em nome do irmão

De OGLOBO.COM.BR
CHICO DE GOIS (EMAIL)

Para ter passaporte, petista começou em 2007 a falsificar documentos
Henrique Pizzolato pode pegar até três anos de prisão na Itália por falsificação de documentos / Divulgação polícia italiana
BRASÍLIA e FLORIANÓPOLIS - Para conseguir obter um passaporte brasileiro em nome do irmão Celso, morto em 1978, Henrique Pizzolato apresentou à Receita Federal, ainda em 2007, uma Declaração Anual de Isento em nome do irmão — 29 anos depois de ele ter falecido. A Receita não se deu ao trabalho de verificar por que um homem, que na época teria 53 anos, havia ficado tanto tempo sem informar nada ao Leão.
Com a situação fiscal regularizada, Pizzolato tratou de regularizar o CPF de Celso. Na página da Receita, é possível ver que a situação cadastral em nome do falecido está regular, o que significa que, para a Receita, ele não deve nada e é um cidadão vivo.
Em Santa Catarina, também em 2007, o Instituto de Identificação do estado expediu uma carteira de identidade em nome de Celso Pizzolato. O diretor do Instituto Geral de Perícia, Rodrigo Tasso, explicou nesta quinta como o documento foi obtido:
— Nem Celso nem Henrique tinham carteira de identidade aqui. A pessoa que veio pedir o documento apresentou uma certidão de nascimento expedida pelo Cartório de Registro Civil de Concórdia, em 2007. Não sabemos se era Celso ou Henrique. Na foto, está sem barba. Agora, têm as digitais de quem fez o RG.
A falsificação foi possível porque em 1978, quando Celso morreu num acidente de carro, a família não enviou o atestado de óbito aos cartórios.
De posse do RG, Pizzolato partiu para a confecção de novos documentos. O próximo passo foi regularizar a situação de Celso no Tribunal Superior Eleitoral porque, para a emissão de passaporte são exigidos, entre outras coisas, RG e título de eleitor com comprovante de regularização.
Pizzolato procurou a Justiça Eleitoral do Rio, onde morava, em janeiro de 2008. Por se alistar fora do prazo — na época, Celso deveria ter 54 anos — ele teve de pagar R$ 3,51. Após se recadastrar, “Celso” faltou ao 1º e 2º turnos das eleições de 2010. Mas, Pizzolato, preocupado em não fazer do irmão um inadimplente, pagou, em março de 2011, a multa pelo não comparecimento: R$ 7,02. A PF em Santa Catarina instaurou inquérito policial.

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