quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

DIREITO: Brasil pedirá extradição de Henrique Pizzolato, diz Cardozo

Da FOLHA.COM
FLÁVIA FOREQUE, DE BRASÍLIA

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou nesta quarta-feira (5) que o país pedirá a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, preso na manhã de hoje em cidade no norte da Itália. Formalmente, essa solicitação cabe ao Supremo Tribunal Federal.
Cardozo aproveitou ainda para elogiar a atuação da Polícia Federal na operação e alfinetar os críticos à atuação da PF e do ministério que chefia. "Pouco importa quem sejam as pessoas. Nós governamos pelo princípio da impessoalidade, independentemente das nossas paixões", afirmou em coletiva de imprensa na tarde de hoje.
Segundo Cardozo, o trabalho de investigação ocorreu com "total colaboração" entre as polícias brasileira e italiana. "Muitos diziam que não estávamos investigando o caso como se devia, que havia uma situação de acumpliciamento em relação a esse caso. E essa situação demonstra a competência da Polícia Federal brasileira, a forma rigorosamente republicada pela qual essa Policia Federal trabalha", disse o ministro.
Divulgação/Interpol 
Interpol divulgou uma imagem que seria do passaporte encontrado com Henrique Pizzolato, na Itália
PRISÃO
Na manhã de hoje, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil foi preso em Maranello, norte da Itália. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a uma pena de 12 anos e sete meses, ele era o único foragido entre os 12 condenados do mensalão.
Com cidadania italiana, Pizzolato estava na casa de um sobrinho desde o final de dezembro. Ele entrou no continente europeu usando o passaporte de um irmão, segundo disse à Folha Carlo Carrozzo, comandante da unidade de investigação dos carabinieri em Modena.
Editoria de Arte/Folhapress
Cardozo preferiu não responder se essa situação irregular facilitaria a extradição de Pizzolato. "O Estado italiano tem seus olhos judiciais e eles são competentes para analisar a matéria. Nós acataremos a decisão que será tomada pelos órgãos judiciais", disse.
Um dia após a expedição de seu mandado de prisão, o ex-diretor do BB divulgou, por meio de seu advogado, uma nota dizendo que havia fugido para a Itália com o objetivo de escapar das consequências de um "julgamento de exceção".
Na Itália, Pizzolato só poderia ser preso se o Brasil conseguisse fazer com que a Justiça italiana abrisse um processo relativo aos crimes do mensalão e, após novo julgamento, o condenasse - situação considerada pouco factível por especialistas em direito internacional.
FUGA
Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por seu envolvimento com o esquema do mensalão, Pizzolato fugiu do Brasil para a Itália em novembro do ano passado.
Um dia após a expedição de seu mandado de prisão, Pizzolato divulgou por meio de seu advogado, uma nota dizendo que havia fugido para a Itália com o objetivo de escapar das consequências de um "julgamento de exceção". Pizzolato disse ter fugido para a Itália em busca de uma chance de conseguir um novo julgamento. Ele foi o único da lista dos 12 condenados no mensalão que tiveram a prisão decretada a não se entregar à polícia.
Além disso, alegou que gostaria de ver seu caso sendo novamente analisado pela Justiça italiana, onde não haveria pressões "político-eleitorais". Devido à sua cidadania, ele estaria em relativa segurança na Itália, uma vez que o país europeu não extradita seus nacionais.
Pizzolato só poderia ser preso se o Brasil conseguisse fazer com que a Justiça italiana abrisse um processo relativo aos crimes do mensalão e, após novo julgamento, o condenasse. Isso tudo, porém, seria algo extremamente difícil de acontecer, segundo especialistas em direito internacional ouvidos pela Folha.
Tão logo sua carta foi divulgada, a Polícia Federal incluiu o nome de Pizzolato na chamada difusão vermelha da Interpol, deixando-o na lista internacional de criminosos procurados.
Amigos do ex-diretor disseram que, para chegar à Itália, Pizzolato teria seguido de carro do Rio de Janeiro até a fronteira com o Paraguai, cruzando-a a pé. Em outro carro teria ido até a fronteira com a Argentina, ingressando também à pé naquele país.

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