quinta-feira, 22 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO: Para OAB, alta reprovação nos exames de ordem reflete baixa qualidade das faculdades

De OGLOBO.COM.BR
LEONARDO VIEIRA(EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)

Estudo revela que apenas 18,5% dos bacharéis de Direito que prestaram a prova entre 2010 e 2012 foram aprovados
"As faculdades não repassam ensino jurídico com qualidade. Os alunos passam nas matérias sem dominar o conteúdo"
RIO - A principal razão para a alta reprovação no exame da OAB é a baixa qualidade das faculdades de Direito no país. Esta é a opinião do presidente da Comissão Nacional do Exame de Ordem da instituição, Leonardo Avelino. De acordo com dados oficiais da OAB divulgados nesta quinta-feira, 81,5% de todos bacharéis de Direito que prestaram a prova entre 2010 e 2012 foram reprovados.
- Muita gente critica o rigor da prova, mas enquanto pensarmos que o problema é o exame da OAB e não no ensino jurídico no Brasil, não conseguiremos reverter esse quadro. As faculdades não repassam ensino jurídico com qualidade. O problema é a falta de cobrança, não é infraestrutura. Os alunos estão acostumados a passar nas matérias mesmo sem dominar o conteúdo - argumenta Avelino.
Pelas estatísticas divulgadas nesta quinta, somente 18,5% dos 361 mil bacharéis em Direito conseguiram a tão sonhada carteira da OAB, que concede direitos de exercer a advocacia como profissão. O estudo analisou oito edições do Exame de Ordem, realizadas de 2010 a 2012. Ao todo, foram recebidas no período 892.709 inscrições. Dessas, há os candidatos que prestaram a prova até oito vezes.
A instituição apontou que 66.923 candidatos conseguiram a aprovação na primeira tentativa, o que representa 45% do total 148.612 aprovados entre 2010 e 2012. O índice cai para 23,3 % no caso dos bachareis que precisaram prestar duas edições da prova, chegando a 0,27% (416) para os que fizeram o Exame de Ordem oito vezes até conseguirem a aprovação.
Para prestar o exame, o candidato deve desenbolsar R$ 200. Críticos da entidade dizem que a prova criou uma "indústria" de inscrições. Mas Leonardo Avelino rebate essa acusação, alegando que toda a verba arrecadada é destinada à realização da prova. E complementou:
- Para a OAB, seria muito melhor aprovar todos esses candidatos e cobrar anuidade. Dentre cobrar R$ 200 de inscrição e R$ 800 de anuidade, é óbvio que seria melhor a anuidade - pondera Avelino, lembrando ainda que cerca de 9% das inscrições são gratuitas para candidatos de baixo poder aquisitivo.
No período analisado, houve 11 edições da prova. No entanto, os dados dos três últimos exames ainda não foram consolidados. A OAB está promovendo agora o XI Exame de Ordem, que teve a primeira fase aplicada neste domingo (18) a 101.156 candidatos inscritos.
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