terça-feira, 25 de junho de 2013

POLÍTICA: E agora, o pacto

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

No terceiro acorde (ou terceira reação) o tom ficou também abaixo do necessário. A proposta de um pacto de cinco pontos, feita depois de uma reunião com 27 governadores, 26 prefeitos de capital e um punhado de ministros e assessores foi aplaudida por quem já estava com as mãos prontas e coçando para bater palmas. As primeiras reações externas (deixe-se a oposição de lado) se não foram de ceticismo, foram de expectativa. Ficou-se ainda no terreno dos compromissos, das promessas. De nada que foi dito ficou-se sabendo o "como fazer". E de muita coisa nem bem o que se propôs de fato a fazer-se. A questão apresentada como o ponto central do pacto, o plebiscito para uma constituinte exclusiva para a reforma política, por exemplo : ficaram dúvidas sobre a viabilidade jurídica e sobre sua viabilidade política. E é desnecessária : o Congresso tem poder constituinte e o governo tem ampla maioria para aprovar o que bem entende por lá. Uma proposta dessas, mesmo que viável, jogaria a reforma somente para 2016 - ano que vem para eleger os constituintes, 2015 para aprová-la. E como as ruas mostraram, as questões postas na mesa são um pouco mais urgentes. O mesmo se pode dizer sobre o pacto fiscal, ou de ajuste fiscal. Ele já exista há anos, nas metas de superávit primário. Porém, de uns tempos para cá, deixou de ser cumprido de fato, maquiado por uma contabilidade altamente criativa. Até o BC tem sido cético em relação a ele em suas últimas manifestações oficiais, como na mais recente ata do Copom. Cumpri-lo é uma questão de convicção. Pacto nenhum obriga ninguém a fazê-lo. A pressa dos ministros escalados para explicar depois o que estava decidido, tentando livrar-se rapidamente dos repórteres no Palácio do Planalto, com respostas confusas e repetitivas, é o indicador mais claro de que o pacto de cinco pontos ainda está no terreno da comunicação apenas.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |