sexta-feira, 28 de junho de 2013

POLÍTICA: Dilma se mostra disposta a rever posições e se abrir ao diálogo

De OGLOBO.COM.BR
CATARINA ALENCASTRO, FERNANDA KRAKOVICS, JÚNIA GAMA, LUIZA DAMÉ E MARIA LIMA (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)

Eduardo Campos sugere à presidente que procure reconhecer erros
BRASÍLIA — “A situação deve ser mesmo muito grave. Se não fosse, a gente não estava aqui.” A observação feita pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, na reunião com a presidente Dilma Rousseff no Planalto, deu o tom do que seria a maratona de encontros de ontem. As conversas prosseguem pelos próximos dias em reunião ministerial e com os líderes da oposição. Segundo relatos, Dilma, pela primeira vez, reconheceu que, para dar uma resposta às ruas, está disposta a mudar a imagem de intransigente, reconhecer erros, rever posições e dialogar com todos os setores da sociedade.
Na primeira reunião, ao rebater o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que defendeu o referendo, e não plebiscito, para fazer a reforma política, Dilma foi enfática:
— Imagine se o Congresso aprovar uma reforma, e, no referendo, o povo veta o que foi mudado? Será o pior dos mundos!
De volta aos gabinetes do Palácio do Planalto, depois do afastamento imposto por sua pré-candidatura presidencial, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem sugerido a Dilma que, para passar credibilidade nas ações anunciadas, reconheça erros.
— O que está aí nas ruas é fruto de muitos erros. Todo mundo errou, até a oposição, que está calada. Cada um tem que reconhecer seus erros. O governo botou carros demais nas ruas e poucos ônibus — aconselhou Campos, na reunião da manhã, ouvindo de Dilma que ela está disposta a rever algumas posições.
Ela começou a sinalizar essa disposição nos encontros da tarde, com os líderes aliados. Na exposição inicial, reconheceu que a crise é baseada em três pontos: a crise de representatividade, em que as pessoas não enxergam legitimidade em seus representantes; crise de valores, em que a sociedade acha que não há zelo na gestão do dinheiro público; e a crise na qualidade dos serviços públicos.
— A vida dentro de casa melhorou muito nos últimos dez anos. Fora de casa, nem tanto. Não conseguimos resolver o problema da mobilidade urbana. Na Educação, não conseguimos alfabetizar as crianças com menos de 8 anos. Nas universidades, não conseguimos criar mais vagas de Medicina nem aparelhar de forma adequada o sistema de Saúde no interior. Todos nós que fazemos política temos que ouvir as vozes das ruas e transformar essa energia em energia institucional — disse Dilma.
O vice-presidente Michel Temer chamou a atenção para como são difusas e difíceis de atender as reivindicações:
— Vi em uma das manifestações um rapaz segurando um cartaz que dizia: “Estou p... da vida!” Como resolver isso?
Quando um dos presentes perguntou se as mudanças da reforma política valeriam para 2014 ou 2018, Dilma foi taxativa:
— É claro que alguma coisa tem que ser para 2014, né, meu filho?

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