Por MIRIAM LEITÃO - De OGLOBO.COM.BR
Do blog de MIRIAM LEITÃO
O anúncio da presidente Dilma, na economia, ficou aquém das expectativas. O governo falou em pacto pela responsabilidade fiscal, em unir as forças para garantir a estabilidade da economia e conter a inflação. Esse pacto seria pela redução dos gastos públicos, pelo cumprimento de metas. Mas o governo federal, nos últimos anos, fez uma confusão tão grande com os números, muita alquimia fiscal.
Ao mesmo tempo, fala em gastar R$ 50 bi em mobilidade urbana, mas não diz de onde vai sair o dinheiro, apesar de essa ser uma determinação constitucional. Como eu já comentei aqui, ele abriu mão de R$ 22 bilhões que seriam destinados à infraestrutura de transporte ao subsidiar a gasolina, reduzindo o imposto sobre a gasolina.
O governo disse também que vai acelerar investimentos na área da saúde, ajudar hospitais filantrópicos, trazer médicos estrangeiros. Será que isso resolve o problema da saúde? Fiquei em dúvida.
Destinar 100% dos royalties do petróleo à educação é uma ideia apresentada com frequência, quando o governo quer dizer que vai investir na área.
Sobre transporte, especificamente, ele fala em ampliar as desonerações sobre óleo diesel. Isso é muito pouco. Os próprios representantes do Movimento Passe Livre, que conversaram com a presidente Dilma, disseram que o governo está despreparado para discutir a mobilidade urbana. É preciso ter um projeto mais claro.
O jornal "Valor" diz hoje que, até agora, do dinheiro previsto para investimento nessa área, dentro do projeto para grandes eventos (PAC da Mobilidade Urbana), R$ 9,5 bi não foram utilizados.
O que a presidente Dilma disse, na área economia, portanto, foi insuficiente. O que se esperava era que o governo tivesse coisas mais concretas para dizer. No discurso, Dilma gasta mais tempo fazendo propaganda do atual governo do que em dar respostas à população.
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