Do UOL
Renan Antunes de Oliveira, em Florianópolis
Um ataque ocorrido às 2h desta quarta (20), em Lages (217 km de Florianópolis), eleva para 112 os incidentes da onda de violência iniciada em 30 de janeiro. Lages é a 37ª cidade atingida.
No incidente, alguém jogou uma bomba molotov na cozinha do posto da Polícia Militar da cidade, sem causar feridos. Os PMs do posto apagaram o fogo, que causou danos de pequena monta. Ninguém foi preso.
O Centro de Comunicação da PM mudou a sistemática de informar ocorrências desde o final de semana. Como exemplo, na noite de segunda para terça desta semana ocorreram cinco incidentes, mas eles foram classificados como estando sob investigação do setor de inteligência, sem entrar no cômputo geral.
A Secretaria de Justiça de Santa Catarina informou que também nesta quarta removeu mais três detentos do sistema prisional do Estado para um presídio federal em Rondônia - eles são suspeitos de integrar o núcleo de presos que ordenou os ataques da onda de violência iniciada em 30 de janeiro.
Os presos foram levados por agentes do Deap (Departamento de Administração Prisional) para o aeroporto Hercílio Luz na madrugada. Escoltados por oito policiais, eles embarcaram num vôo comercial. O objetivo da transferência é cortar as comunicações deles com seus comparsas nas ruas.
Força de Segurança
As transferências dos membros da facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense) começaram a ser feitas no final de semana. Agentes da Força Nacional de Segurança ocuparam cinco presídios e levaram 37 presos para o Rio Grande do Norte.
A Força Nacional reforça a luta do Estado contra o crime organizado - segundo a Secretaria de Segurança, a facção PGC está por trás da maioria dos ataques ocorridos nas ruas.
Em Florianópolis, a prefeitura e o Sintraturb (sindicato de motoristas e cobradores) concordaram em mudar o esquema de transporte coletivo, para oferecer ônibus na hora de pico (das 19h às 20h), depois de um protesto de usuários na terça-feira. A escolta policial às linhas será apenas depois das 20h.
A Operação Divisas, que visa a impedir a entrada de drogas para abastecer os pontos controlados pelo PGC, iniciada sábado, já está com 17 barreiras fixas e três itinerantes, em rodovias, portos e aeroportos.
Noutra ação das autoridades, os cinco advogados acusados de cumplicidade com o PGC foram transferidos para acomodações especiais em Joinville, depois de uma exigência da OAB/SC, à disposição da Justiça.
Cidades atingidas
As 37 cidades atingidas nesta segunda onda de ataques são: Lages, Rio Negrinho, Água Doce,Guaramirim, Balneário Rincão, Campos Novos, Florianópolis, Joinville, Itapoá, Chapecó, Navegantes, São José, Criciúma, Itajaí, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Laguna, Araquari, Gaspar, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Ilhota, Tubarão, Indaial, Brusque, Blumenau, Garuva, Bom Retiro, São Bento do Sul, Rio do Sul, Porto União, São João Batista, São Miguel do Oeste, Içara e Imbituba.
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