terça-feira, 9 de agosto de 2011

GESTAO: PF prende secretário-executivo do Ministério do Turismo em operação contra quadrilha que desviava recursos

De O GLOBO.COM.BR

Francisco Leali, Jailton de Carvallho e Gerson Camarotti (opais@oglobo.com.br)

BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira, 38 pessoas suspeitas de desviar recursos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares. Seis acusados foram presos no Amapá, 20 em Brasília e 12 em São Paulo. A PF também apreendeu R$ 664 mil em um dos endereços em São Paulo. O secretário-executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, é um dos detidos na operação batizada de Voucher. Logo após o início da operação, a presidente Dilma Rousseff ordenou que o ministro do Turismo, Pedro Novais, volte imediatamente de São Paulo para Brasília para prestar esclarecimentos.
Cerca de 200 policiais participam da operação, que cumpriu mandados em Brasília, Macapá (AP) e São Paulo (SP). Além do secretário-executivo, foram presos o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, o ex-secretário executivo da pasta e ex-presidente da Embratur, Mário Moyses, e empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi).
O Ibrasi tem contrato com o ministério para treinar profissionais de turismo no Amapá. De acordo com a Globonews, investigação da PF descobriu que o instituto não teria condições de executar o contrato e, mesmo assim, recebeu pagamento antecipado. Há ainda suspeitas de fraudes nos comprovantes de pagamento de despesas.
Segundo a PF, foram expedidos 19 mandados de prisão preventiva, 19 de prisão temporária e sete de busca e apreensão. Os presos em São Paulo e Brasília estão sendo levados para o Macapá em aviões da própria PF e deverão prestar depoimento ainda nesta terça-feira. Os envolvidos podem ser indiciados por formação de quadrilha, peculato e fraudes em licitações.
No mês passado, reportagem de O GLOBO denunciou que o
secretário-executivo era um dos responsáveis pela contratação do Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH) , uma ONG que também treinava profissionais de turismo e era dirigida pelo empresário César Gonçalves, que responde a duas ações por improbidade administrativa. Há três anos, Gonçalves foi afastado da Brasiliatur - estatal que coordena ações do turismo do governo do Distrito Federal após denúncias de desvio de verbas. A verba repassada pelo Ministério do Turismo ao IBH chega a R$ 52 milhões.
O GLOBO também denunciou que o
Instituto Marca Brasil pagou passagens aéreas para o diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento do Ministério do Turismo, Ricardo Moesch. O instituto é uma das ONGs que mais recebem dinheiro do ministério, inclusive de programas lançados pelo departamento chefiado por Moesch.
PMDB pede explicações ao governo
A cúpula do PMDB pediu nesta terça-feira explicações ao Palácio do Planalto sobre o escândalo no Ministério do Turismo. Segundo assessores do Planalto, a presidente Dilma Rousseff se reuniu de manhã com os ministros palacianos Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Gleise Hoffmann (Casa Civil ) para avaliar as consequências políticas da operação da Polícia Federal. O PMDB demonstrou contrariedade, mas não vai se pronunciar enquanto não tiver mais detalhes sobre a operação.
A operação da PF atinge uma pasta cujo ministro, Pedro Novais, é afiliado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) . A cúpula do PMDB teme em se transformar na bola da vez da faxina de Dilma Rousseff.

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