segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ECONOMIA: Bovespa segue mercados no exterior e tem forte queda

Do ESTADÃO.COM.BR

Yolanda Fordelone, do Economia & Negócios

Mercados se preparam para fortes quedas ao longo do dia
SÃO PAULO - Seguindo o movimento dos mercados internacionais, que vivem um dia de baixa, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu o pregão da manhã desta segunda-feira em queda. Na abertura, o Ibovespa recuava 0,18%, a 52.855 pontos.Com dez minutos de pregão, a queda já era de 3,31%, a 51.198 pontos.
O pessimismo toma conta dos mercados, após a Standard & Poor's ter anunciado na sexta-feira o rebaixamento das notas de crédito de longo prazo dos EUA. A agência atribuiu sua decisão às medidas fiscais acordadas entre o Congresso e a Casa Branca para garantir a estabilização da dívida em médio prazo. Para a S&P, elas são insuficientes para garantir a estabilidade fiscal do país e sua capacidade de pagar as dívidas. O governo dos EUA acumula US$ 14,3 trilhões em dívidas, o equivalente a mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB).
Novos cortes não estão descartados, segundo a S&P. Outra agência que está analisando o risco de crédito dos EUA é a Fitch. Hoje, ela anunciou que terminará a
revisão da nota ainda em agosto.
Com o aumento da aversão a risco, os investidores correram para comprar dólar. A moeda americana abriu o dia em alta de 0,44%, a R$ 1,593.
O dia deve ser de volatilidade, a exemplo dos pregões da semana passada.
A Bolsa encerrou a semana passada em queda de 9,99%, na pior semana desde novembro de 2008.
Ambiente ruim
O Banco Central Europeu (BCE) tentou esfriar a temperatura na abertura dos negócios nesta segunda-feira, comprando papéis da Itália e da Espanha, mas a Alemanha fez questão de manter viva a tensão, ao declarar que a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) não será ampliada - apesar dos sinais de que a terceira e a quarta maiores economias da zona do euro possam precisar de suporte financeiro. A declaração conturbou os mercados e diminuiu o efeito positivo da compra de títulos dos governos da Espanha e da Itália pelo BCE, embora seja também verdade que tais compras apenas evitaram o pior.
As bolsas na Europa reagiram em queda. Frankfurt cai 3,5%; Londres, baixa de 2,44% e Paris cede 3%. Em Milão, a queda é de 1,23%; Madri cai 0,82% e Lisboa, 2,22%. Acompanhe
aqui o comportamento das bolsas.
O debate de elevação da capacidade de empréstimo da EFSF existe e está endossado inclusive pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que disse na semana passada ser favorável a um aumento. Ao mesmo tempo, pairam dúvidas sobre a capacidade de contribuição de alguns países europeus com dificuldades domésticas. Portanto, a sinalização da chancelaria alemã, depois de tantos acertos no final de semana para evitar uma segunda-feira de pânico, com reuniões de todos os "Gs", acentuou o nervosismo. O euro, por exemplo, ampliou suas perdas, e os títulos do Tesouro da Alemanha, um dos portos seguros dos investidores, saíram das mínimas. O fato é que o ambiente é ruim. As bolsas das maiores economias europeias caem.
Nesse cenário, a procura por ativos seguros como o ouro, os Treasuries, os bunds - títulos do governo da Alemanha, cresceu significativamente. Hoje, o ouro bateu recorde acima de US$ 1.700,00 nesta manhã, representando uma alta de quase 5% no mês de agosto e de mais de 10% em um mês. Os Treasuries, papéis do governo dos EUA, seguem demandados, apesar do corte no rating dos EUA. Na semana passada, especialistas diziam que o mercado de Treasuries é grande demais para que haja uma fuga desses papéis, acrescentando que vendas sempre encontrarão compras a um determinado preço. O juro do note de dois anos opera em nível recorde de baixa, enquanto a taxa do note de 10 anos está nas mínimas para esse ano. Às 9h25 (de Brasília), o juro do note de dois anos caía para 2,599% e o juro do note de 10 anos cedia para 2,498%.
Além da trivial crise, que deve produzir inúmeras reuniões e declarações de autoridades, o calendário da semana promete. Grande foco deve ficar na reunião do Fed amanhã, que pode, a exemplo do BCE - que alterou a direção de sua política ao dar mais liquidez ao mercado - também anunciar uma terceira rodada de afrouxamento quantitativo. Entre indicadores da direção da economia, nos EUA serão divulgados os números da produtividade da mão de obra e sobre o sentimento do consumidor. Na Europa, a semana está repleta de dados sobre inflação, produção, balança comercial e o PIB da França, a segunda maior economia da Europa na sexta-feira.

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