sexta-feira, 12 de junho de 2015

POLÍTICA: Lula diz que, se PT precisar, deve pedir doações de empresas de 'cabeça erguida'

ESTADAO.COM.BR
ANA FERNANDES, VERA ROSA E RICARDO GALHARDO, ENVIADOS ESPECIAIS - O ESTADO DE S. PAULO

Partido lança plataforma de colaborações individuais e ex-presidente faz apelo por apoio financeiro para o partido
Salvador - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 12, que, se o PT precisar recorrer a doações de empresas para campanhas eleitorais, o partido deve pedir colaborações de "cabeça erguida". "Não é que a gente nunca mais vai poder precisar (de doações empresariais). Se precisar, com a mesma cabeça erguida que a gente dá R$ 10, vamos pedir”, disse o ex-presidente no lançamento da plataforma de doações individuais do PT, realizado no 5.º Congresso da legenda, em Salvador. Ele dedicou o discurso a fazer um apelo pela nova ferramenta que pode ajudar a resolver "parte dos problemas" do PT. 
"Lembro que na campanha de 1989, a gente vendia camiseta, vendia até adesivo de carro para o segundo turno. Os tempos mudaram. Acho que naquele tempo a gente fazia PT com mais intensidade que hoje", disse Lula como uma forma de incentivar a contribuição dos militantes. "Militante precisa ter a obrigação de dar uma pequena doação ao seu partido", afirmou o ex-presidente.
O debate sobre o sistema de financiamento está entre os temas do 5.º Congresso do PT, que vem discutindo formas de viabilização financeira da legenda. O assunto passou a ocupar a pauta do partido após o Supremo Tribunal Federal decidir pela proibição de doações privadas a partido. A votação ainda precisa ser concluida, mas a maioria dos ministros já se posicionou favoravelmente ao veto. Inicialmente, o PT iria aproveitar o congresso para aprovar a proibição das doações empresariais para campanhas, mas a expectativa é que o debate seja transferido para decisão do Diretório Nacional em razão da falta de consenso entre as lideranças.
  
Lula pediu a contribuição financeira e de militância dos presentes

Em seu discurso, o ex-presidente repetiu que o partido passa por um momento difícil e que não há "solução individual", frisando a argumentação de que o partido é vítima de uma "tentativa muito bem planejada" de criminalização. Lula voltou a provocar a imprensa dizendo que não vão ser outras categorias, como jornalistas, que vão contribuir com a legenda. "Não vão ser os jornalistas que estão sendo demitidos em larga escala que vão ajudar", afirmou.
O petista voltou a comparar a situação atual ao nazismo. "É só assistir a um filme pra ver como nasceu o nazismo ou o fascismo que a gente vê como começa", disse. E falou também da presença do líder do Revoltados Online, Marcello Reis, no hotel onde ocorre o congresso - gerando revolta entre petistas. "Pode ter até desaforado que acha que pode vir pra 'avacalhar' o congresso do PT."
Para mudar a situação, Lula pediu a contribuição financeira e de militância dos presentes. Disse que já foi vendedor de camiseta e de "estrelinha" do PT e pediu dedicação. Lula passou uma mensagem também aos deputados e senadores petistas. Fez um apelo para que os parlamentares doem um fim de semana do mês para atividades do partido, para rodar o País e ajudar o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, na tarefa de divulgação positiva. "Sei que cada companheiro tem que trabalhar sua base no fim de semana. Mas acontece que o deputado, o senador, é uma autoridade. Cada local que ele chegar vai dar uma entrevista para a rádio local, para o jornal, vai ajudar o PT a voltar a ser o que era", argumentou.
"Nós somos da paz, mas eles não deixam a gente em paz. Querem bombardear o PT todo santo dia", reclamou Lula. "Nossa resposta é não fazer jogo rasteiro deles, que querem destruir o legado que está sendo construído neste País pelo Partido dos Trabalhadores. O momento, embora complicado para o PT, acho que é de ressurgimento do nosso partido", completou.
Lula disse que o esforço vai ajudar a oxigenar, renovar o PT e encerrou pedindo para que a militância não esqueça do seu apelo: "Vamos dar ao PT a tranquilidade e o oxigênio de que ele precisa".
Durante o discurso, ex-presidente brincou com a plateia exibindo um cartão de crédito com seu nome e a bandeira do cartão do PT. Ele contou que o partido ficou dois anos negociando com o Banco do Brasil para lançar o cartão de crédito, mas que a iniciativa - que verteria taxas para o partido como forma de arrecadação a cada transação - foi vetada pela Justiça Eleitoral.

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