segunda-feira, 8 de junho de 2015

ECONOMIA: Real lidera movimento global de desvalorização do dólar, que vale R$ 3,11; Bolsa tem leve alta

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI

Moeda americana perde força com suposta declaração de Obama; investidores reagem a programa de concessão
 
- Susana Gonzalez / Bloomberg

RIO - O dólar comercial opera em queda contra o real nesta segunda-feira, registrando desvalorização de 1,11%, cotado a R$ 3,114 para compra e a R$ 3,116 para venda. O movimento de baixa da moeda americana é global, com ela perdendo força frente a 14 das 16 principais moedas do mundo. O índice Dollar Spot, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de dez moedas, recua 0,41%. Mas o real é a moeda com maior valorização frente ao dólar hoje diante das 16 principais divisas, com investidores se antecipando ao lançamento do programa de concessão de projetos de infraestrutura que deve ser anunciado amanhã pelo governo, iniciativa vista com bons olhos pelo mercado.
— O câmbio local acompanha hoje o movimento externo, que está devolvendo a valorização de sexta provocada pela divulgação do payroll nos EUA. É uma realização de lucros pelos investidores, no meu ponto de vista, exagerada. Mas, como a atuação do Banco Central sobre o câmbio se restringe à rolagem de contratos de swap (operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro), o real sempre acaba tendo um comportamento mais brusco — afirmou Ítalo Abucater, gerente de câmbio da corretora Icap do Brasil.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), opera em leve alta de 0,22%, aos 53.088 pontos. Isso apesar do mau humor nos mercados emergentes com queda acima do previsto das importações chinesas, que faz cair as ações da Vale e do setor de siderurgia.
PRESIDENTE DOS EUA DERIA DITO QUE DÓLAR FORTE É PROBLEMA
Depois de uma sexta-feira em alta no mundo todo devido a um relatório de emprego melhor que o previsto nos EUA, o dólar perde valor hoje influenciado por uma suposta declaração de Barack Obama. Uma autoridade francesa disse hoje a jornalistas na Alemanha, onde acontece reunião do G-7, que o presidente americano afirmou durante o encontro das nações mais poderosas do mundo que o dólar forte representa um problema. Um membro do governo americano, porém, negou as declarações.
Na sexta-feira, o dólar comercial chegou a bater R$ 3,188, após o indicador de emprego dos EUA (payroll) de maio ter mostrado que a maior economia do mundo segue ganhando fôlego. Foram criadas 280 mil novas vagas de trabalho, enquanto a expectativa era de abertura de 226 mil postos. O dado sinaliza que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, pode subir os juros num prazo mais curto, enxugando a liquidez dos pregões mundiais.
MINERAÇÃO E SIDERURGIA EM BAIXA COM CHINA
Entre as ações, a principal influência do dia é o dado sobre a balança comercial chinesa. As importações do país asiático caíram 18,1% em maio, enquanto os analistas esperavam queda de 9,6% O tombo foi maior que o de abril, quando haviam caído 16,2%. Com isso o índice de referência das ações emergentes, o MSCI, registra sua 11ª baixa seguida, a mais longa sequência de quedas desde 1990.
No mercado acionário brasileiro, as ações da Vale, que depende do mercado chinês para vender seu minério de ferro, têm baixa de 1,31% (ON) e 1,36% (PN). Entre as siderúrgicas, a CSN tem baixa de 1,13%, a Gerdau cai 1,38% e a Usiminas, 1,62%.
A Petrobras abriu em baixa mais agora sobe 0,81% (ordinárias, com direito a voto) e 0,79% (preferencial, sem voto).

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