sexta-feira, 12 de junho de 2015

CASO PETROBRAS: Procuradoria pede condenação de executivos da Mendes Júnior

FOLHA.COM
ESTELITA HASS CARAZZAI, DE CURITIBA

Na fase final da ação contra executivos da empreiteira Mendes Júnior, o Ministério Público Federal pediu a condenação da alta cúpula da empresa a pelo menos 30 anos de prisão, pelo pagamento de propina em obras da Petrobras.
No documento, apresentado na noite de quinta-feira (11) à Justiça, os procuradores acusam os empresários Sérgio Cunha Mendes, Rogério Cunha, Ângelo Alves Mendes e Alberto Vilaça –todos integrantes da diretoria da empresa– de terem negociado, "nos interesses próprios e da empreiteira, o pagamento das vantagens indevidas e o posterior branqueamento [lavagem] dos valores".
Segundo o Ministério Público, havia uma "corrupção avassaladora e em cascata" na empresa, e os executivos agiam em busca de "prestígio, poder e influência", beneficiando-se do esquema, sem nunca terem feito nada para impedi-lo.
"Suas ações foram movidas a fim de majorar ilegalmente o desempenho da empresa a que serviam e, consequentemente, a sua ascensão funcional dentro da Mendes Júnior", escrevem os procuradores.
Para a Procuradoria, o nível de instrução e qualificação que tinham os executivos tornam ainda mais condenáveis suas ações.
"Todos possuem excelente formação acadêmica e qualificação, com discernimento acima do homem médio. Tinham mais condições, portanto, de não apenas perceberem a gravidade de suas condutas como também de recusarem o seu envolvimento em tais práticas ilícitas", dizem os procuradores. "Usaram sua formação e conhecimento para produzir males sociais."
Os executivos são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Além deles, outros 11 réus também tiveram suas condenações solicitadas –entre eles, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
EXTORSÃO
Os executivos da Mendes Júnior admitiram, ao longo do processo, que fizeram alguns pagamentos às empresas de fachada de Youssef, mas afirmaram que foram extorquidos e pressionados pelo doleiro e por Paulo Roberto Costa a pagarem propina.
O ex-vice-presidente executivo da empresa Sérgio Mendes, que chegou a ficar preso preventivamente por cinco meses, argumentou que inexistia uma organização criminosa, e que a propina era paga mediante extorsão de Youssef e Costa.
O Ministério Público rebate o argumento, e diz que os pagamentos "ocorriam em clima de cumplicidade". "Absolutamente implausível pretender fazer crer que as maiores empreiteiras do país tenham se submetido durante tantos anos a exigências de propina sem levar tal fato ao conhecimento das autoridades", escrevem os procuradores.
Em nota, a empreiteira Mendes Júnior informou que não se manifesta sobre processos em andamento.
Caberá, agora, ao juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, dar a sentença sobre o caso.

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