segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ECONOMIA: Governo registra queda de 7,36% na arrecadação de julho

De OGLOBO.COM.BR
Vivian Oswald

Pelo segundo mês consecutivo é registrada redução comparando com igual período de 2011
BRASÍLIA - A arrecadação das receitas federais fechou o mês de julho em R$ 87,94 bilhões. Embora tenha sido o terceiro melhor resultado do ano, trata-se de uma queda real (já descontados os efeitos da inflação) de 7,36% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Este é o segundo mês consecutivo em que o recolhimento de tributos e contribuições apresenta uma redução em comparação com igual período de 2011, o que confirma que as receitas ainda não refletem a recuperação da economia desejada pelo governo após a adoção de uma série de medidas de estímulo ao crescimento.
Com mais este desempenho, a arrecadação totalizou R$ 596,50 bilhões no primeiro semestre do ano. Tendo em vista o melhor comportamento destas receitas no início do ano, este resultado ainda representa um aumento real de 1,89% em comparação com o primeiro semestre de 2011, o maior da história para seis primeiros meses do ano. Mesmo assim, o governo esperava uma expansão de cerca de 4% durante este ano.
- (Quando vai começar a crescer) a gente não é capaz de falar agora. Mas a expectativa é que seja no decorrer do segundo semestre - disse a secretária-adjunta da Receita, Zayda Manatta.
A maior queda no início deste ano foi registrada para a arrecadação da Cide, o tributo usado pelo governo para regular os preços da gasolina, que foi zerado pelo governo para evitar que o reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras recentemente não fosse repassado ao consumidor. A perda das receitas com a Cide caíram pela metade já descontados os efeitos da inflação. Passaram de R$ 5,26 bilhões para R$ 2,73 bilhões no período.
Em seguida, vem o IPI de automóveis, que passou de R$ 4,13 bilhões para R$ 2,81 bilhões, uma redução real de 35,32% em relação ao mesmo período do ano anterior. O período de redução deveria se encerrar no dia 31 de agosto, mas o governo deve estender o benefício por mais dois meses. A queda também se justifica pela intervenção do governo, que reduziu as alíquotas do tributo do setor como tentativa de reaquecer a economia.
De maneira geral, o setor produtivo ainda registra resultados aquém do esperado pelo governo, como reflete sobretudo a arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que tiveram uma queda real de 0,64% e 11,01%, respectivamente no semestre. Estes tributos costumavam ser o carro-chefe da Receita.
O setor de extração de minerais metálicos foi o que apresentou o pior desempenho, com queda de quase 80% na arrecadação dos principais tributos federais (Imposto de Importação, IPI, Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, CSLL, Cofins e PIS/Pasep). O que o setor recolheu destes tributos passou de R$ 10,42 bilhões no primeiro semestre de 2011 para R$ 2,15 bilhões este ano.
Tributo da renda do trabalhador continua em alta
Já a arrecadação de tributos da renda do trabalhador seguiu mantendo uma trajetória de alta. No semestre, o Imposto de Renda da Pessoa Física teve um aumento real de 7,82% e o Imposto de Renda Retido na Fontes sobre rendimentos do trabalho, de 3,08%.
Para o mês, a queda se explica, em boa medida, pelas desonerações concedidas pelo governo ao setor produtivo e pelo fato de não ter se repetido em julho o recolhimento atípico de Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) feito pela Vale no mês anterior, de mais de R$ 6 bilhões, após o fim de uma ação judicial.
- Não fossem estes fatores, a arrecadação poderia ter tido um crescimento de 0,89% no mês - afirmou.
Sobre a greve dos auditores fiscais, que teve início em 18 de junho deste ano, a secretária disse que ainda não é possível identificar os efeitos da manifestação sobre a arrecadação.
- Não dá para saber o impacto da greve sobre arrecadação. Os efeitos, às vezes, não ocorrem tão imediatamente - explicou.

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