quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

POLÍTICA: Dilma chega hoje a Caracas para dois compromissos oficiais

De O GLOBO.COM.BR

Chico de Gois, enviado especial
Será a primeira visita da presidente a Venezuela desde que tomou posse, em janeiro
CARACAS (Venezuela) - A presidente Dilma Rousseff chega nesta quinta-feira a Caracas para dois compromissos oficiais: uma reunião bilateral com seu colega Hugo Chávez, e para a instalação da Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribe (Celac). Será a primeira visita de Dilma a Venezuela desde que tomou posse. Chávez, depois de participar da posse da presidente, em janeiro, e de sair apressadamente, embora tivesse agendado um encontro entre os dois já no primeiro dia útil de trabalho de Dilma, já esteve no Brasil depois. Foi em 6 de junho, no auge da crise que levou à queda do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Na ocasião, o presidente venezuelano solidarizou-se com o ministro brasileiro e lhe desejou “fuerza”. Palocci pediu demissão um dia depois.
Na visita ao Brasil, em junho, embora ainda não tivesse sido diagnosticado com câncer, Chávez mostrou-se debilitado. Apoiado em uma bengala, ele mancava por conta de uma lesão no joelho, que lhe obrigara a cancelar uma visita marcada anteriormente para maio ao país. Dia 1º de julho, o venezuelano admitiu que tinha um tumor na região pélvica e que o tratava em Cuba. Dilma, que já enfrentou problema semelhante solidarizou-se com o colega e lhe telefonou para manifestar seu sentimento.
O encontro desta quinta-feira entre os dois tratará de assuntos bilaterais, como a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Mais do que acordos concretos, a reunião bilateral tem como objetivo demonstrar apoio a Chávez, que embora tenha perdido popularidade nos últimos tempos por conta da escassez de alimentos e pela alta da inflação - cerca de 25% ao ano, oficialmente - voltou a reconquistar a aceitação popular com a divulgação da doença. Na agenda, Chávez e Dilma também falarão sobre o estado de saúde do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em tratamento contra um câncer na laringe.
Dilma também manterá, na sexta-feira, uma agenda bilateral com os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e com o da Bolívia, Evo Morales - que ainda não foi recebido por ela no Brasil, assim como o outro amigo de Lula, Rafael Correa, do Equador.
A Celac que será instalada nesta quinta-feira é a união entre outros dois grupos regionais - a Cúpula de América Latina e Caribe (Calc) e o grupo do Rio, que inclui alguns países da América Latina. A intenção manifestada por alguns, como o próprio Chávez, é que a Celac substitua a Organização dos Estados Americanos (OEA). A Celac, diferentemente da OEA, não tem os Estados Unidos e o Canadá como membros. Por isso, os mais radicais, como a Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, por exemplo, estão apostando no fortalecimento da nova entidade.
O Brasil, porém, tem uma posição mais flexível. De acordo com o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, na reunião, o Brasil vai reafirmar a proposta de ser parceiro da região para justiça, paz e desenvolvimento social - ou seja, evitar conflitos.
Chávez quer ver a Venezuela brilhar no evento. Desde o aeroporto de Maiquetia até o centro de Caracas, distante cerca de 25 quilômetros, que podem ser percorridos em até duas horas, dependendo do trânsito, há outdoors e tapumes com imagens de obras no país ou de pessoas sorridentes. O libertador Simon Bolívar é a figura mais constante - ele está em pinturas em muros, pedras, postes. Chávez também é um rosto comum na propaganda oficial e até mesmo a cara do ditador Kadafi, da Líbia, aparece em algumas paredes, com pichações que apregoam a necessidade de o regime líbio resistir - o que não adiantou nada, porque Kadafi foi morto pelos revolucionários.
O governo venezuelano espalhou cartazes nos postes com fotos dos presidentes e de heróis dos países da região. Dilma aparece como na foto oficial. No caso do herói brasileiro, o homenageado é o general Abreu e Lima, um dos generais que lutou ao lado de Simon Bolívar e dá nome à refinaria em Pernambuco que tem o Brasil e a Venezuela como sócios.

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