quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ECONOMIA: Bolsa acentua alta e dólar opera em queda pelo quinto dia

De O GLOBO.COM.BR
João Sorima Neto
Reuters
SÃO PAULO - O mercado repercute positivamente nesta quinta-feira as medidas de estímulo à economia, anunciadas pelo governo brasileiro. O dólar mantém a trajetória de queda e se desvaloriza 1,32% pelo quinto dia consecutivo frente ao real, sendo cotado a R$ 1,789. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de São Paulo, acentuou a alta e operava com valorização de 2,43% aos 58.255 pontos às 13h27m.
Os ministros Guido Mantega e Fernando Pimentel, da Fazenda e Desenvolvimento, respectivamente, anunciaram redução de impostos em vários segmentos. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no financiamento ao consumo cai de 3% para 2,5%, até março de 2012. A redução atinge o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), o crédito consignado, os financiamentos de automóveis e rotativo do cartão de crédito. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca será reduzido em alguns produtos e na construção civil as habitações populares do programa "Minha Casa Minha Vida" terão desoneração. No mercado de capitais, o investimento em ações para estrangeiros terá redução do IOF de 2% para zero.
Nesta quinta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 11,5% para 11% ao ano, o que também ajuda a estimular a economia.
- As medidas de estímulo à economia anunciadas nesta quinta beneficiam setores específicos, como construção, linha branca e a BM&F. O IOF zero para investimento estrangeiro em ações beneficia a bolsa como um todo. Por isso, o mercado repercute positivamente o anúncio. A notícia de uma pequena queda na atividade industrial na China, porém, tem influencia negativa nos papéis da Vale, por exemplo, que negocia muito com os chineses. Os papéis da empresa já sofreram com a informação de que a empresa pode estar devendo até R$ 25 bilhões de imposto à União. Sem isso, a Bolsa poderia estar subindo ainda mais - diz Fausto Gouveia, da Legan Asset Management.
Assim como a China, ao estimular o consumo, o Brasil também se previne contra os efeitos da crise europeia. Nesta quarta, a China já havia anunciado uma redução do depósito compulsório dos bancos. A decisão aumenta os recursos disponíveis ao crédito e foi recebida com euforia pelo mercado financeiro. Nesta quinta-feira, entretanto, o governo chinês informou que a atividade industrial no país teve pequeno recuo. Segundo a Federação de Logística e Compra da China e a Agência Nacional de Estatística, o indicador oficial recuou para 49 em dezembro após ter registrado 50,4 em outubro. O número veio abaixo do que o mercado esperava. Foi a primeira retração desde fevereiro de 2009 e, segundo analistas, já pode ser consequência da redução de exportações chinesas para países da zona do euro.
Outra notícia ruim: o índice oficial de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China caiu para 49 em novembro, abaixo da linha de 50, o que confirma retração da economia pela primeira vez em quase três anos, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira. O PMI na zona do euro ficou em 46,4 em novembro, em linha com a expectativa de analistas. Esse é o pior nível em 28 meses; em outubro, o PMI da região havia ficado em 47,1. Todo número abaixo de 50 aponta para contração da atividade
Na Europa, a Espanha pagou juro na casa de 5,5% para rolar títulos com vencimento em 2015, 2016 e 2017. Mas o governo da Espanha conseguiu colocar no mercado, com facilidade, 3,75 bilhões de euros. O leilão teve forte demanada e superou a oferta em mais de 2,5 vezes. A França também vendeu títulos no mercado e teve mais sorte que a Espanha. O governo francês vendeu 4,3 bilhões de euros em papéis de 6, 10 e 15 anos, com juro de 2,42%, 3,18% e 3,65%, respectivamente. As bolsas europeias oscilam nesta quinta sem tendência definida. Em Madri as ações caem 0,11%; a bolsa de Frankfurt desvaloriza 0,51% e a de Paris recua 0,14%. Em Londres, há valorização de 0,38%.
Nos Estados Unidos, o Institute for Supply Management (ISM) divulgou o índice do setor de manufaturas, que apresentou alta de 52,7 pontos, acima das projeções médias dos analistas de 51,8 pontos e dos 50,8 pontos da medição anterior. O indicador acumula 28 meses de expansão consecutiva. Já o número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego nos EUA subiu 6 mil, para 402 mil. Os analistas esperavam queda de 3 mil solicitações, para 390 mil. Por isso, as bolsas americanas, depois de subirem mais de 4% nesta quarta, operam com sem tendência definida nesta quinta. O Nasdaq sobe 0,59% enquanto o Dow Jones opera negativo em 0,05%.
Euforia também chegou às bolsas asiáticas
Na Ásia, as bolsas fecharam em forte alta, ainda repercutindo o anúncio de uma ação coordenada de seis bancos centrais para resolver o problema de liquidez de países europeus com problemas financeiro. Também repercutiu positivamente a redução do compulsório dos bancos na China. A Bolsa de Hong Kong subiu 5,6% e na China o índice Xangai Composto subiu 2,3% e o índice Shenzhen Composto ganhou 2%.

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