quarta-feira, 3 de maio de 2017

SEGURANÇA: União vai acionar Força Nacional e PRF para conter crise de segurança no Rio

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BARRETTO E JAILTON DE CARVALHO

Governo federal atendeu a pedido de socorro do governador Luiz Fernando Pezão

Soldados da Força Nacional em 28 de abril, em Brasíia - André Coelho / Agência O Globo

BRASÍLIA - A pedido do governador Luiz Fernando Pezão, o governo federal deverá enviar um reforço de mais de 200 homens da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional para o estado. Em anúncio nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, afirmou que o Rio tem uma trajetória histórica de insegurança, e que o estado "claramente" precisa de socorro federal. Os locais de atuação desses homens e mulheres ainda não foi definido. Isso será decidido nesta quinta-feira, quando o secretário nacional de Segurança, general Santos Cruz, vai ao Rio encontrar-se com autoridades da área.
— O Rio tem esse diferencial histórico da insegurança. Uma segurança que ora se acentua, ora se reduz, ora se empregam meios, políticas que possam conduzir a que se debele... Mas, neste momento, claramente o Rio precisa dessa mão amiga que o presidente (Michel Temer) está estendendo — declarou Serraglio, que admitiu que poderia enviar mais do que cem agentes da Força Nacional se a pasta tivesse condições. A tropa e a Polícia Rodoviária Federal são subordinados ao Ministério da Justiça.
— Nossa Força Nacional tem lá suas limitações e reivindicações em âmbito nacional. Nós temos que ter mobilidade nesse contingente. Neste momento, só temos disponíveis cem integrantes. Por isso que talvez não se desloquem mais do que isso. O que não significa que, sob o comando do general Santos Cruz, de alguma maneira não se refaça esse quadro — emendou Osmar Serraglio.
O governador também deverá pedir ajuda do Exército para conter a onda de violência no Rio. Nesta terça-feira, depois de uma troca de tiros entre facções rivais na Cidade Alta, a polícia apreendeu 32 fuzis. Foi a maior apreensão de armas pesadas numa única operação da polícia local.
— Isso aí é guerra — disse Pezão ao GLOBO depois da reunião com o ministro.
Na manhã desta quarta-feira, sem constar na agenda oficial do presidente Michel Temer, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, Serraglio e auxiliares tiveram uma reunião no Palácio do Planalto. Temer ligou ao governador do Rio, Pezão, durante o encontro, e pediu que Pezão enviasse uma solicitação formal de ajuda federal ao Ministério da Justiça, como é de praxe. 
Serraglio disse que há "preocupação" em relação à segurança do Rio, e que Temer pediu um trabalho estratégico mais "eficaz". O secretário nacional de segurança, general Santos Cruz, enfatizou que a ajuda do governo federal não foi motivada somente pelos eventos desta terça-feira, quando traficantes mandaram queimar nove ônibus e dois caminhões em vias da Zona Norte. 
Nesta terça-feira, traficantes mandaram queimar nove ônibus e dois caminhões na Avenida Brasil e na Rodovia Washington Luís. Os bloqueios de vias fez o Rio entrar em estado de atenção — o segundo em uma escala de três, significando importantes reflexos na mobilidade da população. No mesmo dia, o governador do estado, Luiz Fernando Pezão, telefonou ao presidente Michel Temer e ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, solicitando que o governo federal cedesse agentes da Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional. 
Pezão já havia afirmado na última quinta-feira que precisava ajuda federal, depois de cinco mortes em seis dias no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Esta é a segunda vez em três meses que o governo federal envia agentes de segurança ao estado: em fevereiro, nove mil militares — subordinados à Defesa — fizeram esse trabalho por uma semana.
DIA DE GUERRA NO RIO
Pelo menos nove ônibus foram incendiados na Região Metropolitana do Rio, na manhã desta terça-feira: três na Rodovia Washington Luiz, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, outros cinco na Avenida Brasil, altura de Cordovil, e um na Rua Itabira, um dos acessos à comunidade Cidade Alta, na Zona Norte da capital fluminense. As informações são do Centro de Operações da Prefeitura (COR). Dois caminhões também foram alvos de vândalos e pegaram fogo.
Ônibus é queimado por traficantes - Pablo Jacob / O Globo

Os veículos em chamas causaram interdições parciais na Washington Luiz, na Linha Vermelha e na Avenida Brasil. Os incêndios começaram depois que a PM começou uma operação na Cidade Alta, na Zona Norte, para reprimir a ação de criminosos. Na incursão 45 suspeitos foram presos.

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