terça-feira, 20 de dezembro de 2016

MUNDO: Protestos contra Trump põem em xeque sistema do Colégio Eleitoral

OGOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Apesar de pressão e movimento por reviravolta, republicano é confirmado no cargo

‘Não a Trump!’ Manifestantes protestam contra eleição do magnata republicano diante do Capitólio da Pensilvânia - JONATHAN ERNST/REUTERS

WASHINGTON - O que era para ser uma mera formalidade, uma praxe de todas as eleições presidenciais americanas, acabou se tornando alvo de protestos e discussões sobre a legitimidade do sistema eleitoral americano. Na segunda-feira, os delegados do Colégio Eleitoral dos EUA — os chamados grandes eleitores — se reuniram em cada um dos 50 estados do país (mais o Distrito de Colúmbia) para ratificar a escolha popular de cada ente da federação, garantindo a eleição do magnata republicano. Numa vitória surpreendente no dia 8 de novembro e ao contrário do que mostravam todas as pesquisas, Trump alcançou 306 delegados, contra 232 de Hillary Clinton, 36 acima da metade mais um necessários para eleger-se presidente. Entretanto, ela teve 65,8 milhões de votos, quase 3 milhões a mais do que ele. Apesar de manifestações pedindo que o nome dele fosse descartado, a votação indireta ontem confirmou Trump como presidente eleito sem sobressaltos.
Em várias capitais, houve protestos em frente às sedes do Poder Legislativo dos estados, embora nenhum com um número representativo de manifestantes. Com faixas e cartazes, cantando palavras de ordem, cerca de 200 pessoas se reuniram nas escadas do Capitólio da Pensilvânia, no Centro da cidade de Harrisburg.
— Não a Trump, não à Ku Klux Klan, não a EUA fascistas! Não à traição, não a Trump! — diziam.
Em frente ao Capitólio da Carolina do Sul, o cenário era o mesmo: eleitores implorando aos delegados para que não votassem em Trump. Além disso, houve milhares de e-mails, cartas e telefonemas para que eles não ratificassem o presidente eleito.
— As cartas são realmente muito tristes — comentou Lee Green, delegado republicano pela Carolina do Norte. — Eles acreditam honestamente na propaganda e que nossa nação está sendo tomada por uma força obscura e malévola.
Wirt A. Yerger Jr., eleitor republicano no Mississippi, disse que recebeu “milhares de e-mails para não votar em Trump”:
— Joguei todos eles fora.
Mas pelo menos seis delegados não seguiram a orientação das urnas, prejudicando mais Hillary do que Trump. Quatro delegados de Washington que deveriam votar na democrata escolheram o ex-secretário de Estado Colin Powell e uma líder indígena. No campo republicano, dois delegados do Texas deram seus votos a Ron Paul e John Kasich. Para conseguir barrar Trump, seria necessário convencer, no mínimo, 37 grandes eleitores a virarem os seus votos.
A agência Associated Press entrevistou mais de 330 delegados e constatou uma descrença generalizada entre os democratas com o sistema eleitoral. Mas, também, que não havia possibilidade de Trump não ser eleito. Uma pesquisa do site “Politico”/Morning Consult, divulgada ontem, mostra que a maioria dos americanos não tinha expectativas sobre uma reviravolta nos votos dos delegados: 46% dos entrevistados acreditavam que os grandes eleitores deveriam ser obrigados a seguir o voto de seu estado, com 34% pensando o contrário. Entretanto, quando a pergunta é sobre a possibilidade de alterar a Constituição para substituir este sistema indireto de votação por um sufrágio universal direto, os números invertem: 46% são favoráveis e 40%, contrários.

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