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POR O GLOBO
Anis A. estaria sendo procurado pela polícia após atentado que matou 12 pessoas

Jornal alemão "Bild" publicou suposta imagem do suspeito de atentado em Berlim - Reprodução
BERLIM — O jornal alemão "Bild" publicou uma foto do suposto tunisiano que estaria sendo procurado pela polícia alemã, sob a suspeita de ter cometido o atentado que matou 12 pessoas em um mercado de Natal em Berlim na segunda-feira. A imagem teria sido retirada dos documentos encontrados sob o banco do motorista do caminhão que avançou sobre a multidão na feira. O ministro do Interior, Thomas de Maizière, confirmou que um jovem tunisiano com pouco mais de 20 anos está sendo procurado por suspeita de envolvimento no caso, mas sem confirmar a sua identidade.
A rede CNN e um jornal alemão afirmaram que a polícia encontrou evidências de conexão entre o novo suspeito e uma rede pró-Estado Islâmico que opera na Alemanha — e que teve quatro membros presos em novembro. Na terça-feira, o grupo extremista reivindicou o atentado, dizendo que o motorista do caminhão era um dos seus soldados.
Segundo o governo, o suspeito tunisiano chegou a solicitar abrigo na Alemanha e o seu pedido foi negado — no entanto, ele não foi imediatamente expulso do país. Segundo o governo, o suspeito tunisiano chegou a solicitar abrigo na Alemanha e o seu pedido foi negado — no entanto, ele não foi imediatamente expulso do país. Ele já havia usado várias identidades falsas, que incluiam seis nomes e três identidades diferentes, de acordo com um alerta emitido pelas autoridades.
À rede CNN, uma autoridade de segurança disse que ele já havia sido preso na cidade de Friedrichshafen, no Sul do país, em agosto com documentos falsos enquanto viajava à Itália. Ele foi posteriormente liberado por um juíz. Além disso, o mesmo suspeito já tinha sido alvo de suspeitas da polícia porque tentava conseguir uma arma, de acordo com a mesma autoridade. Há relatos ainda de que Anis tinha conexões com o líder religioso Abu Walaa, que foi preso em novembro, e alegadamente incentivaria fiéis a se juntar às linhas de combate na Síria.
As buscas pelo homem tunisiano começaram à meia-noite em todos os estados da zona de livre circulação da União Europeia (UE) após a polícia ter encontrado um documento de identidade embaixo do assento do motorista do caminhão, segundo o jornal "Der Spiegel". Sem citar fontes, a publicação afirmou que o documento estava no nome de "Anis A.", um homem nascido em Tataouine em 1992. Ele poderia, no entanto, usar nomes falsos, segundo a reportagem.
O "Bild" afirmou, separadamente, que a polícia via o suspeito como um indivíduo possivelmente perigoso de uma grande rede de terrorismo islâmica. E, na noite de terça-feira, o diretor da Associação de Detetives Criminais da Alemanha, Andre Schulz, disse à televisão local que a polícia esperava fazer outra prisão em breve. Um homem foi preso nesta quarta-feira em suspeita de conexão ao ataque, mas foi solto pouco depois.
— Estou relativamente confiante de que talvez amanhã, ou no futuro próximo, poderemos apresentar um novo suspeito — afirmou Schulz na terça-feira.
Um primeiro suspeito chegou a ser detido logo depois do atentado a dois quilômetros do mercado, mas foi solto no dia seguinte após a polícia ter admitido que não tinha evidências para comprovar que ele era responsável pelo ataque. O jovem de origem paquistanesa, que mora na Alemanha há um ano, foi interrogado e negou as acusações de responsabilidade pelo ataque.
Os investigadores não sabem ainda se mais de uma pessoa poderia ser responsável pelo massacre, que colocou a Alemanha em clima de alta tensão para as festas de fim de ano. A polícia afirma ter recebido 508 pistas sobre o ataque até a noite de terça-feira. No entanto, não está claro se a Procuradoria já tinha linhas de investigações concretas.
Enquanto as autoridades alemãs são pressionadas a avançar nas investigações, o ministro do Interior fez um pronunciamento nesta quarta-feira. Maizière não quis confirmar ou negar especulações sobre a história, em um pedido de moderação da imprensa local para não atrapalhar as investigações.
— Eu peço que vocês entendam que está não é uma questão de especulação sobre essa pessoa. Eu não posso confirmar ou negar informações. Eu vou avisar de qualquer informações quando tivermos conhecimento de mais fatos, e não antes disso. O que é importante é o resultado e não a velocidade da especulação.
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