segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MUNDO: Caminhão invade mercado de rua em Berlim e deixa mortos e feridos

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Polícia confirma ao menos 9 mortos e mais de 50 feridos. Possível motorista é preso

Caminhão invadiu mercado de rua em Berlim e atropelou várias pessoas - FABRIZIO BENSCH / REUTERS

BERLIM — Um caminhão invadiu um mercado de rua na noite desta segunda-feira na capital alemã, Berlim. A polícia confirma ao menos 9 mortos e mais de 50 feridos. O local estava lotado por causa da proximidade com o Natal. O caso está sendo tratado como um “incidente severo”. A polícia trabalha com a suspeita de um atentado terrorista, mas ainda não existem informações mais detalhadas para classificar o ocorrido.
Os jornais “Berliner Zeitung” e “Berliner Morgenpost” reportam que o caminhão invadiu a feira em frente à igreja luterana Gedächtniskirche, um memorial mantido da Segunda Guerra Mundial. Uma foto publicada pelo “Morgenpost” mostra mesas e cadeiras danificadas. Citando policiais no local do incidente, os diários afirmam que os primeiros indícios apontam para um ataque contra o mercado.
A polícia de Berlim confirmou que prendeu, no local do ocorrido, um suspeito de ser o motorista do caminhão. Ainda de acordo com a polícia alemã, um "passageiro" que também ocupava o veículo morreu no local da batida. As autoridades buscaram tranquilizar a população e disseram que "não há indícios de outras situações perigosas" na região.
Segundo informações da imprensa local, o caminhão pertence a uma empresa da Polônia e está registrado na cidade polonesa de Gdansk. O dono da empresa, identificado apenas como Ariel Z, disse em entrevista à rádio TVN24 que seu primo esteve viajando a Berlim no caminhão envolvido no acidente e que ele passaria a noite na cidade. Ariel disse que seu primo tinha mais de uma década de experiência como motorista de caminhões, e afirmou que não podia imaginá-lo como responsável pela batida.
Pelas redes sociais, algumas testemunhas relataram o incidente. No Twitter, a turista Emma Rushton afirmou que “pessoas foram atingidas” e que não existiam ruas próximas que justificassem a passagem do caminhão. Em entrevista à CNN, Emma afirmou que o caminhão não reduziu a velocidade.
— Nós vimos ao menos 10 pessoas feridas no chão — disse.
Julian Reichelt, editor do jornal “Bild”, contou que o mercado estava lotado todas as noites por causa da proximidade com o Natal.
— Parece que foi algo adaptado de Nice — disse Reichelt, em referência ao ataque de julho em Nice, na França, quando um tunisiano usou um caminhão de 19 toneladas para atropelar uma multidão que celebrava o Dia da Bastilha numa praia, provocando a morte de 86 pessoas. Na ocasião, o motorista foi morto e o ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
Através de suas redes sociais, o departamento de polícia de Berlim pediu aos cidadãos que evitem a região do acidente e que também tenham cuidado para não disseminar boatos ou informações falsas a respeito do ocorrido. A chanceler alemã Angela Merkel afirmou estar de "luto", lamentando as mortes confirmadas até o momento, e marcou uma reunião em caráter de urgência com o ministro do Interior, Thomas de Maizière, e com o prefeito de Berlim, Michael Müller, para tratar de detalhes do caso.
O presidente da França, François Hollande, se manifestou em suas redes sociais sobre o ocorrido, expressando "solidariedade e compaixão à chanceler Merkel, ao povo alemão e aos familiares das vítimas de Berlim". Já o líder do partido alemão de extrema-direita AfD, Marcus Pretzell, tentou colocar a tragédia como responsabilidade da chanceler alemã e referiu-se aos mortos como "vítimas de Merkel".
Policiais e socorristas cercam o caminhão que invadiu a feira natalina na praça Breitscheidplatz, no oeste de BerlimFoto: FABRIZIO BENSCH / REUTERS

A tragédia desta segunda-feira reflete um clima de insegurança na Alemanha e em toda a Europa em relação a possíveis atentados terroristas. Em novembro, o Departamento de Estado dos EUA havia afirmado ter "informações críveis" sobre elevado risco de ataques em países europeus no período de festividades de fim de ano.
Há apenas três dias, na última sexta-feira, um menino de 12 anos com ascendência iraquiana foi detido em Ludwigshafen, no oeste da Alemanha, por suspeita de ter planejado dois atentados em centros comerciais lotados devido às compras de Natal. Nas duas tentativas, de acordo com investigadores, o menino tentou depositar uma mochila repleta de explosivos - na primeira vez ela não explodiu, e na segunda o rapaz foi descoberto por um transeunte. Segundo as autoridades, o menino foi radicalizado por um membro do Estado Islâmico.

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