sexta-feira, 21 de outubro de 2016

LAVA-JATO: PF prende 4 policiais do Senado acusados de atrapalhar a Lava Jato

Do UOL, em São Paulo

Ed Alves/Correio Braziliense
Agentes da PF foram ao Senado na manhã desta sexta-feira (21)

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (21) quatro policiais legislativos do Senado suspeitos de atrapalhar investigações da Operação Lava Jato. Segundo as investigações, eles são suspeitos de localizar e destruir escutas telefônicas autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na casa de senadores.
O chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, é um dos presos. Os demais são: Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares. A ação, que conta com o apoio do Ministério Público Federal, foi pedida pela Procuradoria-Geral da República.
Estão sendo cumpridos nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os mandados foram expedidos pela 10º Vara Federal do Distrito Federal.
A Justiça Federal determinou ainda a suspensão do exercício da função pública dos policiais do Senado envolvidos. A Polícia Federal esclareceu que não está cumprindo mandados em residências ou gabinetes de parlamentares.
Segundo o MPF-DF (Ministério Público Federal do Distrito Federal), as irregularidades são apuradas em um inquérito policial instaurado a partir de informações reveladas na delação premiada de um policial legislativo.
"O agente afirmou aos investigadores que, em quatro ocasiões, servidores públicos --utilizando equipamentos do Senado-- fizeram varreduras em imóveis particulares e funcionais ligados a três senadores e um ex-parlamentar investigados na Operação Lava Jato", diz nota.
O MPF não informa que seriam os senadores, mas diz que "em pelo menos duas ocasiões, os agentes públicos se deslocaram até a cidade de São Luís e Curitiba para executar as tarefas [localizar e destruir as escutas]".
Segundo a PF, em pelo menos um dos casos, a ordem para a atividade ilegal partiu de Carvalho.
Ao pedir a prisão, o MPF afirma que a realização de varreduras em ambientes, por si só, não constitui crime. "No entanto, duas especificidades deste caso tornam a prática ilegal: o fato de endereços que passaram pela vistoria estarem vinculados a pessoas investigadas no âmbito do Supremo Tribunal Federal (pela prerrogativa de foro) e a utilização de recursos públicos na empreitada".
O pedido diz que "a deliberada utilização de um equipamento sofisticado, de propriedade do Senado Federal, utilizando recursos públicos, passagens aéreas custeadas pelo erário e servidores concursados, em escritórios ou residências particulares, não possui outro objetivo senão o de embaraçar a investigação de infração penal que envolve organização criminosa".
Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e seis meses de prisão, além de multa.
A operação foi batizada de Métis, uma referência à deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos. (Com Estadão Conteúdo)

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