quarta-feira, 27 de julho de 2016

ESCORCHA: Em mais de 315% ao ano, juro do cheque especial bate novo recorde

OGLOBO.COM.BR
POR GABRIELA VALENTE

Taxa é a maior desde o início do Plano Real; juros do cartão recuam a 470% ao ano

Notas de real - Bloomberg News

BRASÍLIA - A taxa de juros do cheque especial quebrou novo recorde histórico em junho. De acordo com o Banco Central (BC), o percentual cobrado pelos bancos no Brasil saltou de 311,5% ao ano para 315,7% ao ano. É o maior patamar desde que a autoridade monetária passou a registrar os dados em 1994, ou seja, é a maior taxa desde o início do Plano Real.
Já os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito caíram levemente no mês passado. Passaram de 471,5% ao ano para 470,9% ao ano. Foi a primeira queda desde outubro do ano passado, quando os juros estavam num patamar elevadíssimo (considerado proibitivo pelo Banco Central) de 405,2% ao ano. De lá até o mês passado, os bancos aumentaram, em média, 65,7 pontos percentuais a taxa que oferecem para os clientes que não conseguem quitar a fatura do cartão.
De acordo com a nota do Banco Central, divulgada nesta quarta-feira, o crédito total do sistema financeiro teve uma queda de 0,5% no mês passado. Está em R$ 3,1 trilhão o volume de empréstimos ativos. O crescimento nos último 12 meses é de apenas 1%.
Enquanto famílias estão mais endividadas, as empresas pegam menos recursos. O saldo de operações com pessoas físicas cresceu 0,3% no mês (R$1,5 trilhão) e a carteira de pessoas jurídicas recuou 1,3% (R$1,6 trilhão). A relação crédito/PIB atingiu 51,9%, ante 53,4% em junho do ano anterior.
A carteira de pessoas físicas — com crédito livre (sem contar o financiamento da casa própria) — caiu para R$ 800 bilhões (queda de 0,2% no mês) por causa de queda mensais em financiamentos de veículos e cheque especial. Já o crédito direcionado, principalmente a compra de imóvel) somou R$731 bilhões (alta de 0,7% no mês).
Já entre as empresas, a queda do saldo do crédito livre foi mais acentuada: 1,2% no mês. O saldo atingiu R$ 770 bilhões, principalmente, por causa das baixas em adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC, fundamental para as exportações de produtos), repasses externos e capital de giro.
Entre os setores de atividade econômica, as retrações mensais mais significativas ocorreram na indústria (-1,3%, saldo de R$790 bilhões) — setores de extrativismo e transformação, com saldos respectivos de R$41 bilhões (-6,7%) e R$436 bilhões (-1,7%) — e em transporte (-3%, saldo de R$155 bilhões)", diz a nota publicada pelo BC.

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