quinta-feira, 16 de abril de 2015

POLÍTICA: PSDB pedirá impeachment se Dilma estiver envolvida com 'pedalada fiscal'

FOLHA.COM
RANIER BRAGON, DE BRASÍLIA
GUSTAVO URIBE, DE SÃO PAULO

Seguindo na linha adotada depois das últimas manifestações de rua e após o Datafolha apontar apoio de quase dois terços da população a um processo de impeachment, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira (16) que a sigla irá fazer o pedido de impedimento de Dilma Rousseff caso se comprove a participação dela nas chamadas "pedalas fiscais".
"Precisamos averiguar agora quais foram os responsáveis por essa fraude. O TCU afirma que houve crime pela equipe econômica. Temos que ver se esse crime se limita à equipe econômica ou vai além dela. Vamos ter a responsabilidade e a prudência para tomar qualquer decisão, mas vamos ter a coragem. Se considerarmos que houve cometimento de crime de responsabilidade, nós vamos agir como determina a Constituição", afirmou o tucano.
Nesta quarta-feira (15), o Tribunal de Contas da União aprovou de forma unânime relatório que considera crime de responsabilidade as manobras fiscais ("pedaladas") feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos para reduzir artificialmente o deficit do governo em 2013 e 2014.
Quatorze autoridades terão que se explicar ao tribunal, entre elas o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Nesta quinta-feira (16) também, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), considerou que nada impede que os partidos de oposição discutam a apresentação de um eventual pedido de impeachment da presidente.
Ele ponderou, contudo, que é necessário aguardar o ritmo de investigações da Operação Lava Jato e que, neste momento, o foco da oposição ao governo federal deve ser o processo de apuração.
"Nada impede que se discuta. Eu já votei favorável ao impeachment. Era deputado federal quando houve o impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Mas acho que, neste momento, o que se quer é que a investigação seja feita de maneira ampla e profunda", afirmou.
O governador observou que o processo de investigação está em seu início e que ainda podem aparecer fatos novos.
"Nós estamos iniciando um processo investigatório. A sociedade deseja uma investigação profunda, justa, clara e que se faça justiça. Pode ser até que apareçam fatos novos, mas acho que devemos agora nos concentrar no processo investigativo", ressaltou.
JURISTAS
Aécio perdeu a eleição presidencial para Dilma e, hoje, é um dos principais nomes da oposição ao governo petista. Nos últimos dias, ele tem articulado com as demais siglas contrárias a Dilma a pavimentação para o pedido de impeachment.
O PSDB já encomendou análises sobre o tema a juristas.
Eventual pedido de impedimento só terá curso caso seja autorizado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que até o momento diz não ver motivos para isso. Se ele mudar de ideia, o processo só é aberto caso pelo menos dois terços (342) dos 513 deputados federais aprovem. Se isso ocorrer, Dilma é afastada até o final do julgamento do processo, que é feito pelo Senado.

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