quarta-feira, 2 de outubro de 2013

NEGÓCIOS: Portugal Telecom anuncia fusão com a brasileira Oi

Da FOLHA.COM
PEDRO SOARES, DO RIO

Após meses de negociação, a Oi e a Portugal Telecom assinaram memorando de entendimentos para a fusão das duas teles, que formarão um grupo multinacional chamado de CorpCo.
A nova companhia soma pouco mais de 100 milhões de clientes distribuídos por Brasil, Portugal e alguns países da África e da Ásia. A receita combinada é de R$ 37,45 bilhões.
A operação prevê um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira. Desse total, ao menos R$ 7 bilhões serão em dinheiro, para equacionar a pesada divida da Oi, de cerca de R$ 30 bilhões. A capitalização prevê ainda um lançamento de ações da Oi.
No Brasil, a nova empresa continuará operando com o nome Oi, e, em Portugal, com o nome Portugal Telecom.
COMANDO
Zeinal Bava, que foi presidente da Portugal Telecom de 2008 a 2013 e que assumiu o cargo de diretor-presidente da Oi em junho, comandará a CorpCo e suas subsidiárias.
"É um embrião de uma multinacional de língua portuguesa com atuação também na África e Timor leste e um mercado potencial de 260 milhões de pessoas", disse Bava. Segundo ele, a expectativa é que a companhia esteja entre os maiores grupos globais do setor.
A união deve gerar uma economia de custos de cerca de R$ 5,5 bilhões.
Os atuais acionistas da TelPart (Telemar Participações) e um fundo administrado pelo BTG Pactual participarão da operação de aumento de capital de cerca de R$ 2 bilhões.
A CorpCo terá ações listadas no segmento Novo Mercado da BM&FBovespa e nas Bolsas de Nova York e Lisboa. A Oi será uma subsidiária integral da CorpCo, que vai incorporar a Portugal Telecom.
As marcas comerciais serão mantidas no Brasil e no exterior.
Desde que Bava assumiu a Oi, já era esperada a fusão. A Portugal Telecom entrou na Oi em 2010, comprando 22,4% da operadora por cerca de R$ 8 bilhões. Seus principais sócios na Oi, o Grupo Jereissati e a Andrade Gutierrez concordaram com a fusão e serão acionistas da nova empresa.
"Acho que quem perde é Portugal, já que a nova empresa vai ser brasileira, mas isso faz sentido, o mercado lá é enorme, com maior potencial de crescimento", afirmou o analista do português Caixa Banco de Investimento, Guido Santos.
A fusão acontece de maneira simultânea à venda da participação da PT na operadora Vivo para a espanhola Telefónica, por 7,5 bilhões de euros.
CORPCOOIPORTUGAL TELECOM
ClientesClientesClientes
100.254 74.757 25.497
ReceitasReceitasReceitas
R$ 37,45 bilhões R$ 28,14 bilhões R$ 19,91 bilhões
AtuaçãoAtuaçãoAtuação
Brasil, Portugal e países da África e Ásia Brasil Portugal e países da África e Ásia
VIVO E TIM
Na semana passada, o grupo espanhol Telefônica, que no Brasil controla a Vivo, anunciou a ampliação da sua participação na Telecom Italia, dona da TIM, de 46% para 66%.
Pelas regras do setor de telecomunicações no Brasil, não pode haver sobreposições de outorga: ou seja, um mesmo grupo não pode ter duas empresas que atuam no serviço móvel pessoal (telefonia móvel) em uma mesma região.
A estrutura do acordo dá mais tempo para a Telecom Italia estudar uma possível venda da TIM Participações no Brasil e prosseguir com o plano de separação de sua rede fixa, ativo visto como estratégico por políticos italianos.
O negócio gerou diferentes discursos dentro do governo. O ministro Paulo Bernardo chegou a dizer que a fusão representaria uma concentração muito grande na mão de um grupo do ponto de vista da legislação brasileira. Mas ele foi desautorizado pela presidente Dilma Rousseff, que afirmou que o ministro não falava em nome do governo. Bernardo mudou em seguida de discurso e disse que estava ocorrendo uma discussão na Itália, onde o negócio seria concretizado, com reunião do conselho das empresas.
"Vamos esperar para ver o que vão trazer. Eles têm um prazo para informar as autoridades brasileiras e se houver mudança vão pedir autorização, daí vamos nos posicionar", disse Bernardo. "O Cade tem que examinar exatamente isso, a questão da concetração de mercado. Eu acho que nós não devemos ficar falando por um motivo simples: essa briga não é aqui no Brasil."
Com agências de notícias

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