terça-feira, 18 de junho de 2013

ECONOMIA: BC volta a intervir no câmbio após dólar bater em R$ 2,18; Bolsa abriu em queda

De OGLOBO.,COM.BR
JOÃO SORIMA NETO
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cotação da moeda chegou a R$ 2,187 na máxima do dia, logo após a abertura dos negócios
Atenções de investidores também se voltam hoje para o presidente do BC, Alexandre Tombini, que participará de audiência no Senado nesta tarde
SÃO PAULO - Após o dólar atingir a cotação de R$ 2,18, o Banco Central voltou a intervir no mercado de câmbio por duas vezes na manhã desta terça-feira. O BC fez dois leilões de contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a uma venda de moeda americana no mercado futuro. Após as atuações do BC, o dólar recuou um pouco. Por volta de 10h32m, a divisa estava sendo negociada a R$ 2,163 na compra e R$ 2,165 na venda, uma leve queda de 0,04%. Logo depois da abertura da sessão, a divisa chegou a ser negociada a R$ 2,187, na máxima do dia, uma alta de mais de 0,8% e nova máxima em mais de quatro anos.
Os investidores estão na expectativa da reunião do Federal Reserve (Fed) que, nesta quarta-feira, pode sinalizar uma mudança na política de estímulo à economia americana. Esta é considerada a mais importante reunião do Fed neste ano. Na contramão das Bolsas europeias, que sobem nesta terça, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu a sessão em queda. por volta de 10h22m, o índice se desvalorizava 0,99% aos 48.602 pontos, perdendo o patamar dos 49 mil pontos.
Na prática, o mercado teme que o Fed diminua a compra de títulos, que despeja todo mês, US$ 85 bilhões na economia americana. É a possibilidade de redução dessa monetização que faz a moeda americana se valorizar globalmente. Além disso, com a recuperação da economia dos EUA, o mercado já antecipa uma alta de juro no país. Os juros dos títulos de dez anos, por exemplo, estão subindo há várias semanas.
No Brasil, o que se vê é um movimento de saída de moeda americana da Bolsa, especialmente da Bolsa. Uma parte desse dinheiro está sendo alocada nos títulos americanos, segundo especialistas. Nos 13 primeiros dias do mês, os estrangeiros sacaram US$ 5,1 bilhões, segundo balanço da própria BM&FBovespa. De acordo com levantamento da corretora Renascença, este é o maior volume de retirada de recursos desde julho de 2008, quando, em 30 dias, os investidores estrangeiros tiraram US$ 7,6 bilhões do pregão.
- Com a melhora da economia americana, a lógica é que o programa de estímulo seja reduzido e os juros subam um pouco. Por isso, os investidores estão tirando recursos de países emergentes como o Brasil - diz Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi, em São Paulo.
Ontem, o Banco Central vendeu US$ 1,9 bilhão em contratos de swap cambial, operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. O leilão aconteceu vinte minutos antes do fim do pregão. Com a intervenção, o dólar caiu de R$ 2,17 para R$ 2,166, mesmo assim a maior cotação desde 30 de abril de 2009.
Num dia de nervosismo no mercado, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, fechou na segunda-feira em queda de 0,49%, aos 49.088 pontos. No mercado de câmbio, mesmo com uma nova intervenção do Banco Central, o dólar comercial fechou em alta de 0,83%, a R$ 2,166, a maior cotação desde abril de 2009. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 2,178.
Além disso, as atenções de investidores também se voltam hoje para o presidente do BC, Alexandre Tombini, que participará de audiência no Senado nesta tarde. Em entrevista recente, Tombini lembrou que o país tem US$ 375 bilhões em reservas internacionais e afirmou que o BC pode voltar a ofertar dólares no mercado à vista se julgar necessário.

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