quarta-feira, 8 de maio de 2013

ECONOMIA:Após corte de impostos, preço de itens básicos cai 1,5%

Do UOL
Sílvio Guedes Crespo

Os produtos da cesta básica que ficaram isentos de impostos federais tiveram uma queda de preços de 1,29% em abril, depois de já terem caído 0,28% em março, conforme apontam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (8). Nesses dois meses, a queda acumulada foi de 1,5%. 
Essa redução não foi proporcional ao corte de impostos, ao menos até este momento. No início de março, o governo desonerou os produtos da cesta básica sobre os quais ainda havia tributos federais. As alíquotas chegavam a 12,5%, conforme indica uma tabela elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), reproduzida abaixo. 
Sem a queda de preço desses itens, no entanto, o índice oficial de inflação não teria voltado a ficar abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, que é de 6,5% ao ano. Nos últimos 12 meses, o indicador subiu 6,49%. Apesar de ainda alto, o número mostra uma leve desaceleração de preços, pois nos 12 meses encerrados em março a alta havia sido de 6,59%. 
As carnes, grupo desonerado que tem o maior peso no índice, tiveram uma queda de 1,78%. Dentro desse conjunto, as maiores quedas foram da carne de carneiro (-5,26%), filé mignon (-2,8%) e contra filé (-2,8%). 
Não é possível saber qual foi o impacto da desoneração da cesta básica, pois há diversos fatores que influenciam o preço dos produtos. A variação pode ter resultado não só do corte de impostos, mas também de eventos sazonais. 
Preocupação 
Apesar da desaceleração em abril, a inflação continua em patamar alto, beirando o teto da meta do governo, e é a principal preocupação dos executivos de grandes empresas, segundo uma enquete recente feita pelo jornal Valor Econômico. 
A inflação no Brasil terminou o ano passado em 5,84%, número superior à média mundial, que foi de 3,9%, e também a países como Bolívia (4,5%), México (4,1%), Paraguai (4%), Peru (2,7%), Colômbia (2,4%) e Chile (1,5%), entre outros. Como se poderia esperar, ficou abaixo de Venezuela (10%), Argentina (10,8%, segundo o dado oficial, que é questionado) e Uruguai (7,5%). 
Apesar da queda em março e abril dos preços dos produtos recém desonerados, quando se observa o total da cesta básica nota-se que a inflação tem sido forte. Conforme apontou este mesmo blog há três semanas, as mercadorias da cesta básica avançaram 23% em São Paulo e 32% em Salvador, nos 12 meses encerrados em março. 
Esses números mostram que a inflação da cesta básica já está corroendo o poder de compra dos mais pobres, pois, no mesmo período, o salário mínimo subiu apenas 9%. Até então, o mínimo vinha aumentando acima da variação desses preços. O alívio que os preços de produtos desonerados trouxe ao índice de inflação é importante, mas insuficiente.
Variação de preço dos itens desonerados 
Produto Variação em abril (%) 
Açúcar refinado - 4,5 
Açúcar cristal - 3,41 
Óleo - 2,05 
Carnes -1,78 
Café moído -1,37 
Aves e ovos -1,09 
Papel higiênico - 0,82 
Café solúvel - 0,76 
Pasta de dente - 0,34 
Sabonete - 0,03 
Carnes e peixes industrializados - 0,14 
Pescados - 1,1 
Manteiga - 1,33 
Média ponderada -1,29

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