quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MUNDO: Rebeldes da Líbia procuram Kadafi com apoio da Otan

De O Globo.com.br

Com agências internacionais

CAIRO - Os rebeldes líbios estão contando com a ajuda da Otan na busca por Muamar Kadafi e seus filhos, admitiu nesta quinta-feira o ministro da Defesa britânico, Liam Fox. De acordo com Fox, a aliança militar, que vem negando que a captura do ditador seja sua meta, também intensificou suas operações aéreas contra as tropas leais a Kadafi. Sem dar detalhes, Fox disse à Sky News que a "Otan está oferecendo recursos de inteligência e reconhecimento ao Conselho Nacional de Transição [CNT] para ajudar a rastrear o coronel Kadafi e outros remanescentes do regime".
O ministro se negou a comentar informações da mídia britânica de que tropas especiais do país estariam em solo líbio. Apesar do apoio da Otan, o CNT informou que começou a mudar sua sede de Benghazi para Trípoli, mas que a transferência completa foi adiada até a próxima semana.
Além do apoio operacional, o conselho rebelde procura também ajuda financeira e a liberação de recursos líbios congelados no exterior desde a imposição de sanções ao país. O Conselho de Segurança da ONU deve votar a questão nesta quinta.
Segundo o chefe do conselho, Mahmoud Jibril, os rebeldes precisam de US$ 5 bilhões para arcar com seus gastos. Jibril se reuniu nesta quinta-feira em Milão com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, para pedir ajuda.
Berlusconi disse que seu país já começou a descongelar 350 milhões de euros de fundos líbios em bancos italianos como um primeiro passo para desbloquear todos os ativos do país, responsável pelo fornecimento de um terço do petróleo consumido na Itália. Jibril agradeceu e deve seguir para a Turquia, onde diplomatas de cerca de 30 países discutem em Istambul possíveis formas de ajudar os rebeldes.
No campo diplomático, a vitória dos combatentes de oposição já é dada como certa por quase toda a comunidade internacional, levando a Liga Árabe a anunciar nesta quinta-que o CNT assumirá o assento da Líbia na organização.
- Nós concordamos que é hora da Líbia retomar seu assento e seu lugar na Liga Árabe. O CNT será o legítimo representante do Estado líbio - anunciou o secretário-geral da organização, Nabil Elaraby.
A Liga é uma das dezenas de grupos e nações que reconheceram os rebeldes como representantes do país depois que eles invadiram Trípoli, no domingo.

Com a capital praticamente dominada, de acordo com a rede BBC, os rebeldes agora concentram seus esforços em Sirta, cidade natal de Kadafi. Suas forças também parecem dispostas a resistir na cidade, uma das poucas que ainda está nas mãos do regime.
Na capital, as forças rebeldes estão confiantes na vitória sobre as tropas de Kadafi, mas ainda caçam o ditador, que está há 42 anos no poder. Apesar de um empresário ter oferecido uma recompensa de cerca US$ 1,3 milhão pela cabeça do ditador e os rebeldes terem prometido anistia a quem entregá-lo vivo ou morto, o paradeiro do ditador continua desconhecido.
- O final só chegará quando ele for capturado, morto ou vivo - disse Mustafa Abdel Jalil, chefe do CNT.

Corpos de 17 civis supostamente executados achados no QG de Kadafi
Um hospital em Trípoli recebeu corpos de 17 civis que foram supostamente executados nos últimos dias por forças do governo no complexo de Kadafi na capital, disse uma funcionária médica britânica nesta quinta-feira.
- Ontem, uma caminhonete chegou no hospital com 17 corpos - disse Kristy Campbell do International Medical Corps. - Esses caras foram reunidos há 10 dias. Eles foram encontrados em Bab al-Aziziya quando os caras (combatentes rebeldes) entraram. Eles foram executados a tiros lá.
Os ferimentos não eram de lesões sofridas no campo de batalha, afirmou ela. Combatentes rebeldes invadiram na terça-feira a fortaleza de Bab al-Aziziya, QG de Kadafi. Segundo a médica, havia informações de mais corpos no local.
Apesar da situação ainda estar instável, uma organização internacional estava se mobilizando para retirar migrantes da capital líbia que fugiam dos recentes combates no país. Um navio enviado para resgatar estrangeiros em Trípoli recebeu permissão para aportar depois de dois dias de espera no mar devido a preocupações de segurança.

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