terça-feira, 23 de agosto de 2011

MUNDO: Juiz de NY nega pedido por promotor especial no caso Strauss-Kahn

Da FOLHA.COM
DA ASSOCIATED PRESS, EM NOVA YORK (EUA)

O juiz de Manhattan Michael Obus negou nesta terça-feira o pedido da camareira de um hotel de Nova York por um promotor especial para avaliar a acusação de abuso sexual supostamente cometido pelo ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn.
Obus emitiu sua decisão menos de uma hora antes da chegada prevista de Strauss-Kahn na corte para uma nova audiência do caso, na qual as acusações podem ser retiradas.
A promotoria do distrito de Manhattan apresentou um documento na segunda-feira que descreve mentiras e inconsistências no depoimento da camareira Nafissatou Diallo, 32, que acusou Strauss-Kahn de sair nu do banheiro da sua suíte do Hotel Sofitel de NY, em 14 de maio, e então obrigá-la a fazer sexo oral.
A promotoria alega que não pode prosseguir com o caso e pediu ao juiz responsável que arquive o processo.
Em reação, o advogado de Diallo apresentou um pedido no mesmo dia reiterando a necessidade de um promotor especial para o caso e argumentando que a promotoria é parcial e incapaz de garantir um julgamento justo.
Strauss-Kahn, 62, declarou veementemente ser inocente das acusações. Alguns simpatizantes diziam que as acusações foram uma manobra para destruir sua candidatura a presidente da França em 2012, disputa na qual era considerado favorito.
Embora nada impeça sua volta à política, sua imagem saiu desgastada do episódio e ele foi obrigado a renunciar do cargo no FMI. Ele chegou a ser detido em maio por causa das acusações feitas pela camareira, mas atualmente aguarda em liberdade, em Nova York, à tramitação do processo.
Strauss-Kahn também enfrenta uma ação civil movida por Diallo e uma queixa de uma escritora francesa que o acusa de tê-la estuprado durante uma entrevista, em 2003.
CREDIBILIDADE
A credibilidade da camareira veio por terra quando promotores revelaram que ela havia dito inúmeras mentiras às autoridades, inclusive ao declarar, num pedido de asilo aos EUA, que havia sofrido um estupro coletivo na Guiné, seu país natal. Ela também entrou em contradições ao falar sobre o que ocorreu depois da suposta agressão.
A imprensa dos EUA inicialmente manteve em sigilo a identidade dela, como é praxe em crimes sexuais, até que a própria Diallo aparecesse em entrevistas à revista "Newsweek" e ao canal ABC News, no final de julho.
"Eu quero justiça. Quero que ele vá para a cadeia. Quero que ele saiba que há algum lugar onde você não pode usar o dinheiro, onde não pode usar o poder, quando faz algo assim", disse ela, chorosa, à ABC.
Segundo advogados dela, os promotores alegaram ter encontrado uma conversação gravada de Dialllo com um homem preso no Arizona. Falando em fulani (idioma da África Ocidental), ela teria dito sobre Strauss-Kahn algo com o seguinte sentido: "Esse cara tem muito dinheiro, sei o que estou fazendo."
Esse diálogo poderia dar à defesa de Strauss-Kahn o argumento necessário para pôr em dúvida as motivações da acusadora, embora ela negue que tenha se referido à riqueza do francês, e advogados dela aleguem que a declaração não constava na gravação.

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